Sem spoiler nenhum

Se gosta de caçar os seus preconceitos com relâmpagos aconselho Wild Wild Country, um dos melhores documentários de sempre.

Se gosta de caçar os seus preconceitos com relâmpagos aconselho Wild Wild Country, um dos melhores documentários de sempre. Realizado pelos irmãos Chapman e Maclain Way são 6 horas e picos a contar a história da direcção de uma comunidade religiosa no Oregon entre 1981 e 1985. Está na Netflix.

Não queria dizer mais. Que mais há para dizer? Quanto mais ignorar antes de começar a ver Wild Wild Country mais se divertirá e mais ficará a saber. É um documentário que tem a confiança e a gentileza de deixar as conclusões ao espectador.

Infelizmente vivemos numa cultura de spoilers em que o prazer das surpresas e dos choques é o inimigo a abater. Os realizadores, que se tratam por Chap e Mac, levaram 4 anos para construir - e cuidadosamente fundamentar - as histórias sensacionais e inesperadas que escolheram contar.

Nota-se. A elegância narrativa é arrebatadora e o material é usado com grande perícia, dando a sensação de estarmos a assistir a uma história em directo.

Quando acabei de ver dei comigo a pensar exactamente o contrário do que eu pensava sobre o guru Bhagwan Rajneesh, a comuna de Rashneeshpuram e a secretária Ma Anand Sheela.

Não é verdade que o documentário seja sobre o guru. Esse documentário ainda está por fazer. Wild Wild Country é sobre a luta entre os responsáveis da comuna e as autoridades locais e federais. É sobre a escalada da violência. É sobre a maneira como os conflitos corrompem moralmente os dirigentes. É um western de Anthony Mann. O guru é James Stewart.

 

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