Jerónimo de Sousa recusa dizer se viabiliza Orçamento do Estado para 2019

Em entrevista à RTP, que será emitida esta quarta-feira à noite, o líder comunista assume que não é dado adquirido que vote a favor do próximo OE

Jerónimo não assume já voto favorável no OE 2019
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Jerónimo não assume já voto favorável no OE 2019 LUSA/Manuel Almeida
Em 2017, só em Outubro se soube como votariam os comunistas
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Em 2017, só em Outubro se soube como votariam os comunistas LUSA/MIGUEL PEREIRA DA SILVA

Tal como fez o ano passado, em Junho, Jerónimo de Sousa vai esta quarta-feira à noite deixar um aviso ao Governo, em matéria de Orçamento do Estado para 2019, em entrevista a emitir pela RTP. O secretário-geral do partido diz que se mantém empenhado no apoio ao executivo, mas não é certo que aprove o orçamento.

"Não é dado adquirido que possa viabilizar próximo OE?", questiona Vítor Gonçalves. "Repare, como é que nós podemos ter uma posição de sim ou de não, se em relação aos seus conteúdos, ninguém os conhece", responde Jerónimo. "Mas isso poderia fazer cair o Governo", insiste o jornalista. "Se for um orçamento de retrocesso, se for um orçamento em que as imposições externas e os traços de política de direita se acentuam, temos um problema", reage o comunista.

Antes das férias do Verão de 2017, Jerónimo de Sousa dizia, em entrevista à Antena 1, que era "prematuro e manifestamente exagerado dizer que está tudo a andar sobre rodas". Primeiro era preciso ver a proposta, fazer esse “exame comum”, e portanto, à data, não se podia concluir que o PCP estava disponível para votar a favor do OE 2018: “Insistimos na necessidade de exame comum, lá estaremos no debate, nesse exame, com proposta, com iniciativa, mas é prematuro e manifestamente exagerado dizer que isto está tudo a andar sobre rodas”, disse.

"Ninguém pense que o PCP poderia funcionar como peninha no chapéu", acrescentou ainda. Só em Outubro, e depois do documento entregue no Parlamento, é que ficou a saber-se qual seria, exactamente, o voto dos comunistas em matéria orçamental - foi favorável.

Jerónimo de Sousa prefere agora falar sobre as "marcas de políticas que têm o cunho do PCP", como o aumento das pensões. "Embora insuficiente e limitado, o PS foi além daquilo que tinha definido (queria só descongelamento e deu-se um aumento) e isso deve-se fundamentalmente ao PCP ", sublinha.

Em matéria de questões laborais, no entanto, o comunista critica a aproximação do Governo aos patrões. Nos últimos tempos, defende, "houve foi uma clarificação", porque o PS, "perante estes interesses antagónicos, optou pelo lado do mais forte, sempre".

"Em matéria de legislação laboral, como se verificou em relação ao Banif e a muitas outras áreas, sempre que PS converge com PSD quem fica a perder é o povo", conclui Jerónimo de Sousa. A entrevista será emitida esta quarta-feira, na RTP, a partir das 23h05.

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