Ponte 25 de Abril necessita de obras urgentes

A revista Visão revela esta quinta-feira um relatório confidencial do LNEC na posse do Governo há seis meses. Desde então nada foi feito.

Infra-estruturas de Portugal têm vindo a pedir, há dois anos, uma intervenção
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Infra-estruturas de Portugal têm vindo a pedir, há dois anos, uma intervenção Daniel Rocha
Técnicos detectaram fissuras graves na estrutura analisada
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Técnicos detectaram fissuras graves na estrutura analisada Daniel Rocha

Investigadores do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) alertaram há seis meses o Governo para a necessidade urgente de obras estruturais na ponte Ponte 25 de Abril. Um documento confidencial do LNEC, a avisar para a extrema gravidade do estado da estrutura da ponte, é revelado na edição da revista Visão desta quinta-feira.

O Ministério do Planeamento e das Infraestruturas reconheceu, oficialmente, a gravidade da situação, escreve a revista e o documento foi remetido deste ministério para o Ministério das Finanças a quem foi solicitado o desbloqueamento das verbas necessárias para iniciar as obras.

Não houve resposta do ministério tutelado por Mário Centeno relativamente ao desbloqueamento das verbas. O caso foi detectado há três anos, revela ainda a Visão, que diz ainda que a empresa Infraestruturas de Portugal têm vindo a pedir, há pelo menos dois anos, uma intervenção, devido às fissuras graves na estrutura analisadas pelos técnicos. Desde então, a situação da ponte mais movimentada do país se foi degradando até ao alerta recente do LNEC.

Os pedidos de esclarecimento da Visão, como o de saber se o desbloqueamento de verbas de 20 milhões de euros estava pendente nas Finanças e quando era previsível haver uma decisão, ficaram sem resposta (até ao fecho da edição na terça-feira à noite) por parte do ministério de Centeno. 

Porém, na tarde de quarta-feira, quando a revista começava a ser distribuída aos assinantes, antes de chegar às bancas nesta quinta-feira, a Infraestruturas de Portugal anunciava obras, para os próximos dois anos, com um orçamento de 18 milhões de euros. 

PS, BE e CDS reagem

Nas primeiras reacções oficiais de partidos, transmitidas pela edição online da Visão, o deputado do PS André Pinotes Batista atribuiu a demora na decisão de avançar com as obras na ponte à "complexidade destes processos" que precisam de ser "articulados entre o Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, a Infraestruturas de Portugal (IP) e o LNEC". O deputado eleito pelo círculo de Setúbal recusa que seja possível "desbloqueá-los do dia para a noite" e diz que "nenhum político quer ter uma morte na sua consciência". 

Sobre os alertas dos técnicos para a gravidade das fissura na ponte que liga os distrito de Lisboa e Setúbal, André Batista diz que nenhum documento ficaria "na gaveta" se a segurança das pessoas estivesse em causa. O CDS fez saber que vai chamar "com carácter de urgência" ao Parlamento o ministro do Planeamento, Pedro Marques, e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil. 

A hipótese de chamar também Mário Centeno não está excluída. "Através das cativações, o ministro das Finanças está a levar o país para o colapso: temos de averiguar se neste caso a política de cativações voltou a vigorar", afirma o deputado centrista Hélder Amaral. 

Relativamente aos parceiros da coligação liderada pelo PS, Heitor de Sousa anuncia que o BE vai requerer o relatório e perguntar ao Governo "porque é que demorou tanto tempo" a tomar medidas. O PCP, até meio da manhã, não se tinha pronunciado.

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