Maduro põe exército na rua para evitar boicote da oposição

O objectivo da "Operação Independência 2018" é impedir que haja protestos durante as eleições legislativas e presidenciais marcadas sem o acordo da oposição para 22 de Abril.

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Nicolás Maduro durante a visita ao Forte Tiuna LUSA/CRISTIAN HERNANDEZ

As Forças Armadas da Venezuela começaram este fim-de-semana a posicionar efectivos, peças de artilharia e reservistas em todo o país para impedir protestos durante as legislativas e presidenciais marcadas para 22 de Abril.

O Presidente Nicolás Maduro chamou "Operação Independência 2018" a esta decisão que tem o objectivo de impedir que a “bota imperialista toque o solo sagrado da pátria”. Durante uma visita à base militar de Forte Tiuna, Maduro acusou a oposição de tentar boicotar as eleições de 22 de Abril com um ataque ao sistema eléctrico.

O Presidente venezuelano deslocou-se ao Forte Tiuna, principal base militar de Caracas, para assistir ao início da "Operação Independência 2018". “Vamos afinar o movimento de todos os tanques, de todos mísseis, de todos os aviões e helicópteros, e sobretudo, vamos afinar a pontaria da alma, porque a Venezuela é uma terra sagrada”, disse o presidente bolivariano, citado pelo El País.

“A todos os comandantes dos quatro componentes das regiões e áreas de defesa, e à milícia bolivariana, pedi um plano especial contra a sabotagem e a guerra ao sistema eléctrico, porque a direita pretende boicotar as eleições e tem um plano para atacar todo o serviço”, disse Maduro. Na última semana o oeste do país ficou às escuras durante 12 horas e Maduro atribui o problema a um ataque.

A "Operação Independência 2018" surge na sequência do anúncio de boicote das eleições por parte da oposição. A Mesa de Unidade Nacional (MUD) foi proibida de apresentar um candidato às presidenciais com o argumento de que há duplicação de candidaturas já que se trata de uma coligação de partidos que podem apresentar candidatos próprios. Um dos principais opositores de Maduro, Enrique Capriles, foi proibido de se candidatar devido a um processo judicial. E as legislativas estão a ser antecipadas em dois anos – a oposição venceu com maioria as de 2015 e domina o Parlamento, apesar de Maduro ter formado uma Assembleia Constituinte que deixou sem qualquer poder os deputados. 

A Organização dos Estados Americanos já condenou a convocatória, emitindo uma resolução. Com 19 votos a favor, cinco contra e oito abstenções, pede a Maduro que suspenda as eleições e exige garantias de que as próximas eleições se realizem num contexto “justo, livre e com observadores internacionais qualificados”.

O Governo da Venezuela considerou o documento da OEA uma agressão dos estados sul-americanos ao governo de Maduro.

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