Sindicato denuncia tensão no Estabelecimento Prisional de Lisboa

Director-geral dos serviços prisionais diz que não houve nenhum motim. “Os reclusos estão todos fechados e não foi necessário o uso de força física para que isso acontecesse."

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Laura Haanpaa

A falta de guardas no Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) lançou a confusão na tarde deste sábado. O sindicato independente dos guardas prisionais diz que há um motim em curso. O director-geral dos Serviços Prisionais nega esta versão e garante que todos os reclusos estão fechados nas selas.

De acordo com Júlio Rebelo, do Sindicato Independente dos Guardas Prisionais, há um motim em curso no EPL. “Não temos controlo sobre a Ala E”, assegura ao PÚBLICO o dirigente. Segundo esta versão, os reclusos terão incendiado colchões, baldes do lixo e outros objectos do estabelecimento prisional como forma de protesto. Além disso, terão destruído a primeira linha de segurança. O Grupo de Intervenção dos Serviços Prisionais estará pronto a intervir “para tentar recuperar o controlo sobre a ala”, garante Rebelo.

O director-geral dos Serviços Prisionais, Celso Manata, refuta essa ideia. “Está tudo sereno no EPL”, garante. “Os reclusos estão todos fechados e não foi necessário o uso de força física para que isso acontecesse."

As duas versões aproximam-se, no entanto, na hora de explicar os motivos de tensão no EPL. Faltaram elementos no corpo de guardas prisionais ao longo do dia deste sábado, o que fez com que, por exemplo, o último horário de visita dos familiares dos reclusos, durante a tarde, tenha sido encurtado para dez minutos, segundo Júlio Rebelo. A mesma fonte relata também atrasos na entrega de medicamentos e das refeições aos presos.

Celso Manata confirma a falta de guardas ao longo da tarde, mas imputa responsabilidades aos sindicatos. Às 16h00, houve um grupo de guardas que abandonaram o serviço “porque acham que não têm que cumprir horas extraordinárias”, conta. O director-geral dos Serviços Prisionais considera essa acção “ilegal” e fruto do clima de “terrorismo sindical” que se vive no sector.

“Como esta é uma casa grande, houve constrangimentos ao longo da tarde devido à falta de pessoal”, prossegue o mesmo responsável. Esse facto deixou os reclusos “nervosos” e houve “alguma gritaria” que implicou a intervenção do Grupo de Intervenção dos Serviços Prisionais, “mas não houve necessidade de uso da força”, sublinha.

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