Bolsa de Nova Iorque regista a maior queda desde 2011

Durante a tarde, o índice Dow Jones chegou a afundar 6,26%, ou 1.597,08 pontos, a maior queda intra-diária de sempre.

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Dow Jones fechou esta segunda-feira a cair fechou esta segunda-feira a cair 4,62%, ou 24.345,96 pontos Reuters/BRENDAN MCDERMID

Wall Street acentuou esta segunda-feira a queda iniciada no final da semana anterior e assistiu à maior descida do principal índice da bolsa de Nova Iorque desde 2011. O Dow Jones, que agrega as cotações das 30 empresas industriais dos EUA, fechou esta segunda-feira a perder 4,62%, para 24.345,96 pontos, eliminando todos os ganhos registados desde o início do ano. É a maior queda em termos percentuais desde Agosto de 2011, e supera em termos de pontos do índice a quebra assinalada no auge da crise de 2008, após o colapso do Lehman Brothers. Durante o dia, o Dow chegou mesmo a afundar 6,26%, ou 1.597,08 pontos, no que foi a maior queda intra-diária de sempre.

A sessão de sexta-feira já tinha encerrado a semana como a pior na bolsa nova-iorquina desde que Donald Trump chegou à Presidência dos EUA. O republicano, que vem reclamando crédito pelos bons resultados nos mercados ao longo do último ano, ficou esta segunda-feira em silêncio perante a queda acentuada dos índices bolsistas. O único comentário oficial coube à porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, que preferiu apenas sublinhar, em comunicado, a actual taxa de desemprego “historicamente baixa” e o aumento dos salários actualmente registado.

"Preocupamo-nos cada vez que o mercado perde valor, mas temos confiança nos fundamentos da economia", lê-se.

A queda actual é atribuída aliás por analistas, e paradoxalmente, a notícias relativamente positivas. O crescimento do emprego e dos salários, mais rápido do que o esperado, deverá implicar um aumento do consumo, o que por sua vez poderá aumentar a inflação. Consequentemente, prevê-se um encarecimento do crédito, nomeadamente através da subida da taxa de juro de referência pela Reserva Federal, e é essa expectativa que estará na base dos receios dos investidores — e da migração destes das acções de empresas para títulos de dívida pública.

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