Militares adiam eleições para 2019

Partidos acusam Junta de estar a arranjar esquemas para se perpetuar no poder.

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O primeiro-ministro tailandês, Prayuth Chan-ocha, com a mulher, Napaporn Chao-ocha Reuters

As eleições tailandesas foram adiadas até 2019, anunciou o vice-primeiro-ministro depois de o parlamento ter adiado a entrada em vigor de uma nova lei eleitoral.

O primeiro-ministro, Prayuth Chan-ocha, tinha dito que as eleições gerais teriam lugar em Novembro deste ano. A data foi adiada várias vezes desde que os militares tomaram o poder, através de um golpe, em 2014.

A Assembleia Nacional votou a favor do adiamento por três meses da votação de uma nova lei eleitoral, de forma a permitir que os partidos se preparem para a votação. A lei só deverá entrar em vigor em Junho, devendo as eleições realizar-se depois de passados 150 dias. "Isso significa em Janeiro ou Fevereiro de 2019", disse o vice-primeiro-ministro. 

Os partidos políticos disseram que este plano é um golpe da Junta Militar, que governa o país, para se manter no poder. A Junta ainda não levantou a proibição à actividade política (nomeadamente a realização de campanhas eleitorais), apesar de em Dezembro de 2017 ter autorizado os partidos a fazer alguns actos preparatórios de uma eleição.

O partido Puea, cujo Governo foi derrubado no golpe de 2014, disse que a mudança na lei eleitoral é uma táctica da Junta para se agarrar ao poder. "É um acto desonesto por parte dos que estão no poder para se manterem lá", disse o partido num comunicado. 

O Partido Democrata entende que este adiamento vai minar a confiança nas instituições e pode causar danos na economia ao afastar investimento estrangeiro.

Adiar as eleições dá à Junta mais tempo para planear como ficar no poder para lá de 2018, disse à Reuters Peter Mumford, director para a Ásia da empresa de consultoria Eurasia Group. "Penso que eles não têm confiança que as eleições dêem o resultado que eles querem."

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