Líder da bancada do PSD faz prova em dois debates

Hugo Soares mantém-se em funções até ao congresso

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Hugo Soares foi eleito com 85,4% de votos Nuno Ferreira Santos

O líder da bancada do PSD Hugo Soares fará ainda dois debates com o primeiro-ministro até ficar definida a sua situação no congresso do partido marcado para 16, 17 e 18 de Fevereiro. A performance será o centro das atenções já que a escolha de um eventual sucessor está a dividir os apoiantes de Rio e também a própria bancada que se mostra reticente em mudar a liderança eleita há seis meses.

A continuidade de Hugo Soares até ao congresso ficou assegurada esta segunda-feira, na sequência de um encontro entre o líder da bancada e o líder eleito do partido. Só depois Rui Rio tomará uma decisão.

Em comunicado, Rui Rio considera que “a actual direção da bancada se deve manter na plenitude das suas funções até ao próximo Congresso Nacional, remetendo-se apenas para essa altura a necessária análise política da questão”. O mesmo comunicado refere que é uma decisão que tem em conta o desejo de “evitar qualquer foco de agitação, decorrente do período de transição de liderança”.

Mas na bancada a agitação parece inevitável em torno do futuro da liderança parlamentar. Seja porque os apoiantes de Rui Rio estão divididos entre dois nomes – Luís Marques Guedes e Fernando Negrão – seja porque há deputados que se opõem à uma mudança do líder legitimado há seis meses. No limite, se o processo não for conduzido com prudência, as eleições na bancada podem dar um sinal de descontentamento.

Para já, o sucessor de Luís Montenegro terá a oportunidade de interpelar o primeiro-ministro no dia 1 de Fevereiro e no dia 14, nos dois debates que estão marcados até ao congresso do PSD. Alguns encaram estes debates como uma avaliação da eficácia de Hugo Soares e um teste à sua continuidade. Outros assumem que é difícil Hugo Soares ficar pela sua proximidade a Luís Montenegro, sobretudo depois das declarações de Rui Rio ao Expresso em que assume intenção de recuperar “santanistas” mas não “quem esteve a fazer cálculos de cabeça”. Um recado directo para Luís Montenegro, visto como um potencial candidato à liderança do PSD e que assumiu o seu apoio a Santana Lopes a dois dias das directas no partido.  

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