Incêndio em Tondela: Pelo menos quatro feridos correm risco de vida

Em Viseu estão internadas 13 pessoas e durante a noite foram transferidas outras 16 para as unidades de queimados de vários hospitais do país.

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Marcelo Rebelo de Sousa cumprimenta uma pessoa em Vila Nova da Rainha LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA
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O Presidente da República acompanhado pelo ministro Eduardo Cabrita e pelo presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA
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Marcelo Rebelo de Sousa conforta um familiar das víti­mas LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA
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Pelo menos quatro a cinco feridos do incêndio na associação recreativa de Vila Nova da Rainha ainda se encontram em risco de vida, adiantou neste domingo de manhã o presidente do Centro Hospitalar Tondela-Viseu.

No Hospital de São Teotónio, em Viseu, encontram-se ainda internadas 13 pessoas, mas os quatro feridos que tinham dado entrada durante a noite no Hospital de Cândido Figueiredo, em Tondela, já tiveram alta, descreveu Cílio Correia em declarações na televisão.

Estes feridos repartem-se entre os serviços de cirurgia (devido às queimaduras), de otorrino (devido a intoxição pelo fumo) e de cuidados intensivos (dois estão em estado crítico). Durante a noite foram transferidos 16 feridos para outras unidades de queimados do país, entre hospitais de Lisboa, Porto e Coimbra.

Cílio Correia explicou que estas vítimas que correm perigo de vida têm "queimaduras muito significativas" em grandes extensões do corpo, situação agravada pelo facto de sofrerem de "outras patologias, nomeadamente amputação (um dos idosos), obesidade mórbida, e doenças metabólicas". Todos estes feridos têm idade acima dos 60 anos e sofrem de mobilidade reduzida, condição que dificultou a sua fuga do piso do edifício em chamas.

De entre os doentes transferidos durante a noite, seguiram cinco para os Hospitais da Universidade de Coimbra, dois para o Hospital de Santo António, um para a Prelada e três para o São João, no Porto, e também para os hospitais de Santa Maria (dois), de São Francisco Xavier (dois) e de Dona Estefânia (um adolescente de 15 anos), em Lisboa. Todos estes feridos encontram-se “estabilizados”, embora muitos precisem de ventilação, acrescentou o responsável.

Embora haja alguns feridos com traumatismos considerados pouco graves devido a quedas durante a fuga tanto na sala do piso superior como nas escadas, são as queimaduras que mais preocupam as equipas médicas. Como o tecto começou a arder e desabou, as pessoas sofreram queimaduras sobretudo na cabeça, braços e tronco, descreveu Cílio Correia. 

O incêndio, que provocou pelo menos oito mortos e dezenas de feridos, deflagrou pouco antes das nove da noite de sábado, num momento em que dezenas de pessoas estavam na associação, um edifício de vários pisos, a jantar, a ver o jogo de futebol entre o Sporting de Braga e o Benfica no bar do rés-do-chão de edifício, ou a participar num torneio de sueca, que se realizava no primeiro andar.

Júlio Dias estava a assistir ao encontro de futebol através da televisão, no andar de baixo, quando foi alertado para as chamas que começavam a deflagrar no piso de cima. Segundo contou ao PÚBLICO, tentaram abrir a porta desse piso, mas já não conseguiram perante o amontoado de pessoas: “Estavam empilhadas nas escadas até à porta.” Foi então que, com recurso a um jipe e a cordas, conseguiram abrir outra porta, permitindo a saída de sobreviventes.

"Tentámos ajudar o máximo possível mas era muito pânico", contou. Estariam ali, no mínimo, 70 pessoas. "Foi tudo muito rápido. Cinco, seis minutos."

O incêndio terá começado numa salamandra da sala do primeiro andar, tendo as chamas alastrado a um telhado que continha lã de vidro, um material inflamável. José Borges, membro da direcção da associação recreativa, conta que a salamandra já esteve acesa em diversas ocasiões e que nunca tinha acontecido algo do género. 

O presidente da Câmara Municipal de Tondela, José António Jesus, também prestou informações ao PÚBLICO no mesmo sentido: "Tudo leva a crer que uma salamandra terá provocado uma forte ignição na cobertura. Provocou uma densidade de monóxido de carbono que terá provocado danos nas vias respiratórias e também queimaduras e que justifica um número tão elevado de vítimas."

Por volta da hora do almoço, já depois da visita de Marcelo Rebelo de Sousa e do ministro Eduardo Cabrita, os populares, peritos e autoridades tinham desmobilizado da rua em frente à associação. Mantinham-se apenas elementos da GNR junto à porta que foi arrombada para poder retirar as pessoas. Também os populares retomaram as suas casas ou voltaram às freguesias vizinhas de onde vieram logo pela manhã. 

Ao PÚBLICO, o comandante dos bombeiros de Tondela, Carlos Dias, fala num fenómeno muito rápido. Conta que quando os bombeiros chegaram ao local não viram fogo, apenas a caírem pedaços do tecto falso que pareciam de cera e um cenário de corpos amontoados no acesso à porta que abre para dentro.

Entretanto foi criado e instalado um gabinete de apoio perto da associação, com técnicos da Segurança Social e da Câmara de Tondela para dar apoio e informação aos familiares, uma vez que não havia dados sobre os feridos que tinham sido transferidos.

Os corpos das vítimas mortais seguiram para o Instituto de Medicina Legal de Coimbra. Quatro das vítimas são de Vila Nova da Rainha, outras três de freguesias próximas e uma de Santa Comba Dão.

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