Incêndio faz oito mortos e dezenas de feridos em Vila Nova da Rainha

Chamas deflagraram em associação recreativa quando dezenas de pessoas jantavam, jogavam sueca e assistiam a um jogo de futebol.

Fotogaleria
Sérgio Azenha
Fotogaleria
Sérgio Azenha
Fotogaleria
Sérgio Azenha
Fotogaleria
Sérgio Azenha
Fotogaleria
Sérgio Azenha
Fotogaleria
Sérgio Azenha
Fotogaleria
Sérgio Azenha
Fotogaleria
Sérgio Azenha
Fotogaleria
Sérgio Azenha
Fotogaleria
LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA
Fotogaleria
LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA
Fotogaleria
LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA
Fotogaleria
LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA
Fotogaleria
LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA
Fotogaleria
LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA
Fotogaleria
LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA
Fotogaleria
LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA

Um incêndio numa associação recreativa em Vila Nova da Rainha, concelho de Tondela, causou na noite de sábado pelo menos oito vítimas mortais, confirmou ao PÚBLICO a GNR de Viseu. O balanço das vítimas, contudo, ainda não está fechado.

Pelo menos 34 feridos foram transportados para os hospitais de Tondela, Viseu e Coimbra, segundo informação disponibilizada cerca da meia-noite, devido a queimaduras e inalação de fumo. No local, o secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, disse ainda que um adolescente de 15 anos com queimaduras graves será transferido para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e que outros feridos poderão ser transportados para o Porto. Uma equipa de psicólogos encontra-se a apoiar os familiares das vítimas.

O fogo deflagrou num momento em que dezenas de pessoas estavam na associação, um edifício de vários pisos, a jantar, a ver o jogo de futebol entre o Sporting de Braga e o Benfica, ou a participar num torneio de sueca. 

Júlio Dias estava a assistir ao encontro de futebol através da televisão, no andar de baixo, quando foi alertado para as chamas que começavam a deflagrar no piso de cima. Segundo contou ao PÚBLICO, tentaram abrir a porta desse piso, mas já não conseguiram perante o amontoado de pessoas: “Estavam empilhadas nas escadas até a porta”. Foi então que, com recurso a um jipe e a cordas, conseguiram abrir outra porta, permitindo a saída de sobreviventes.

Foto
LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA

"Tentamos ajudar o máximo possível mas era muito pânico", contou. Estariam ali, no mínimo, 70 pessoas.  "Foi tudo muito rápido. Cinco, seis minutos".

O incêndio terá começado numa salamandra, tendo as chamas alastrado a um telhado que continha lã de vidro. José Borges, membro da direcção da associação recreativa, conta que a salamandra já esteve acesa em diversas ocasiões que nunca tinha acontecido algo do género. 

O presidente da Câmara Municipal de Tondela, José António Jesus, também prestou informações ao PÚBLICO no mesmo sentido: "Tudo leva a crer que uma salamandra terá provocado uma forte ignição na cobertura. Provocou uma densidade de monóxido de carbono que terá provocado danos nas vias respiratórias e também queimaduras e que justifica um número tão elevado de vítimas".

Apesar destes relatos, as autoridades dizem que ainda é prematuro dizer quais as causas do incêndio, estando a ser feitas diligências para apurar a origem exacta do sinistro.

O alerta para o sinistro foi dado às 20h51. O incêndio foi extinto cerca de uma hora depois. No local, o comandante operacional distrital da Protecção Civil, Miguel Angelo David, indicou que estavam em Vila Nova da Rainha 168 operacionais e dezenas de meios, entre viaturas de socorro, ambulâncias e ainda três helicópteros do INEM. 

José António Jesus disse que esta é "mais uma tragédia" a atingir o concelho após os incêndios florestais de 2017. "É uma situação de calamidade", disse ouvido pelo PÚBLICO. "Isto entristece-nos, deixa-nos uma grande carga de dor quase três meses depois dos incêndios de 15 de Outubro. Aqui agora, uma situação tão gravosa e inesperada como está que estamos a viver", afirmou.

As vítimas serão, na sua maioria, residentes na localidade.

Este domingo, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitará Vila Nova da Rainha. "O Chefe de Estado deslocar-se-á ao local no domingo ao fim da manhã, depois de terminada a fase crítica da operação de socorro", diz um comunicado da Presidência da República.

Sugerir correcção
Comentar