Rio quer mudar forma de eleger deputados e autarcas, mas não dá pormenores

Candidatura à liderança do PSD foi formalizada esta manhã, na sede do PSD.

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Rui Rio formalizou esta manhã a candidatura à liderança do PSD na sede do partido LUSA/TIAGO PETINGA

Dois dossiers de lombada cor de laranja foram colocados em cima da mesa e entregues ao presidente da mesa do Congresso do PSD, Fernando Ruas. Contêm as 2446 assinaturas dos militantes que subscreveram a candidatura de Rui Rio à liderança do partido. É o próprio candidato que as entrega. “Agora têm de verificar as assinaturas…Podem ser falsificadas”, graceja Rio, perante as câmaras de televisão no momento em que formalizou, esta quinta-feira de manhã, a candidatura à presidência da Comissão Política Nacional do partido.

Depois da entrega dos documentos exigidos pelos regulamentos do PSD – moção de estratégia global, orçamento de campanha (não divulgado) e assinaturas – Rui Rio falou aos jornalistas para explicar que se trata “de um acto administrativo mas também com valor simbólico”. Cumprido este objectivo, o ex-autarca do Porto, caso venha a ser eleito líder, quer “ganhar as eleições europeias e legislativas de 2019”. Questionado pelos jornalistas sobre se conseguirá libertar o PS das “grilhetas da esquerda”, como pediu o presidente da CIP, António Saraiva, Rio diz ser mais ambicioso: “Eu quero libertar o país, não o PS mas o país, dessa amarração à extrema-esquerda".

Rio foi também questionado sobre algumas das ideias em que tem insistido durante a campanha interna como a necessidade de reforma do sistema político. “Não lhe vou concretizar ideias (...). Acho que deveríamos pensar a forma de eleger deputados, a lei dos partidos, a forma de eleger as autarquias, a lei de financiamento dos partidos e mais outras coisas ligadas ao sistema político. Agora, coisas mais miúdas, como dizer que acho que as eleições não devem ser em ciclos de quatro, mas de cinco anos, não é agora o momento para fazer isso" adiantou, sem detalhar as propostas.

Sobre o modo de funcionamento do PSD, o candidato reiterou a necessidade de modernização, identificando uma “décalage enorme entre uma empresa e o partido”. Ressalva que não são a mesma coisa, mas defende que o partido tem de ser “modernizado” e considera que é “o trabalho mais simples de fazer”, embora sem especificar medidas. Na candidatura de Rui Rio acredita-se este não é o momento para detalhar propostas. Essa fase será mais tarde quando (e se) o candidato for eleito e construir um programa em conjunto com os militantes. 

Relativamente às alterações da lei do financiamento partidário, Rio reiterou a sua discordância face à isenção total do IVA decidida pelo Parlamento (com votos contra do CDS e PAN) e defendeu que as isenções deste imposto para os partidos deve estar mais clarificada na lei. Sobre a possibilidade de o primeiro-ministro pedir a fiscalização preventiva da constitucionalidade - já rejeitada por António Costa, o social-democrata considera que esta não é uma questão constitucional mas sim "do domínio político". 

A formalização da candidatura aconteceu um dia depois da apresentação da moção de estratégia global.

Pedro Santana Lopes, o outro candidato à liderança do PSD, ainda não anunciou data para entrega de moção de estratégia global. O prazo termina na próxima terça-feira, dia 2. As eleições directas estão marcadas para dia 13 de Janeiro. 

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