Trump ameaça cortar ajudas a países que votem hoje contra os EUA na ONU

Assembleia-Geral discute nesta quinta-feira proposta de resolução que critica decisão de Washington de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

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A decisão de Trump reacendeu a tensão no Médio Oriente e continua a gerar protestos GORAN TOMASEVIC/REuters
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" Deixem-nos votar contra nós. Vamos poupar muito. Não estamos preocupados", avisou Trump JONATHAN ERNST/EPA

O Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaça cortar as ajudas financeiras aos países que votarem a favor de uma proposta de resolução que critica a sua decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

“Eles recebem centenas de milhões de dólares, às vezes milhares de milhões e agora querem votar contra nós. Bem, nós vamos estar atentos a esses votos. Deixem-nos votar contra nós. Vamos poupar muito. Não estamos preocupados”, afirmou Trump, durante uma conferência de imprensa na Casa Branca.

A Assembleia-Geral das Nações Unidas agendou para esta quinta-feira uma rara sessão de emergência a pedido de vários países árabes e muçulmanos. Isto depois de na segunda-feira o veto norte-americano ter impedido a aprovação de uma proposta de resolução que, sem mencionar directamente os EUA, declarava “nula e vazia de significado” qualquer decisão que altere o estatuto de Jerusalém, sublinhando que tal está dependente de um acordo entre israelitas e palestinianos.

Face a este bloqueio, a Autoridade Palestiniana anunciou que iria pedir a intervenção da Assembleia-Geral, cujas resoluções não são vinculativas, mas onde ao contrário do Conselho de Segurança nenhum dos 193 membros tem direito de veto – e o texto apresentado em conjunto pelo Iémen e Turquia retoma quase na íntegra o texto vetado.

Ainda antes de Trump, a embaixadora norte-americana na ONU, Nikky Haley, tinha enviado uma carta a dezenas de representações nacionais na ONU para as informar que “o Presidente e os EUA vão levar esta votação a peito”. “Iremos tomar nota de cada voto nesta matéria”, lia-se na missiva, mostrada a vários jornalistas. Mais directa, Haley escreveu no Twitter que “os EUA vão guardar os nomes” de quem apoiar a resolução.

Reagindo a estes avisos, o chefe da diplomacia da Autoridade Palestinianaacusou a Administração norte-americana de “ameaçar” os outros países, pondo em causa “a decisão soberana de como devem votar”. Ainda assim, Raid Maliki disse estar confiante que a proposta de resolução terá “um apoio esmagador” na Assembleia-Geral da ONU, isolando ainda mais a Administração Trump.

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