Jamie conta até cinco
Jamie Oliver tem a capacidade de perceber as tendências ou de criar tendências. Já passou pela comida rápida (pratos em 15 minutos), pela comida económica (durante a crise), pela comida de conforto, pela onda saudável e das super-foods. Em 2017 apostou numa ideia que já passou por muitos dos seus livros, mas que surge agora com um novo embrulho: o livro chama-se 5 ingredientes e cada receita tem precisamente cinco ingredientes. São, garante Jamie, “fáceis e rápidas” – e é exactamente essa a sensação que temos quando olhamos para as páginas com um design fácil que nos mostra os cinco ingredientes, em pequenas fotos separadas, na página da esquerda, e o prato pronto na da direita. As receitas são curtas, resumidas em poucos passos e a sensação que dá é que mesmo quem não consegue estrelar um ovo vai ser bem sucedido na preparação de, por exemplo, um salmão crocante com chouriço (salmão, tomate-cereja, manjericão, azeitonas e chouriço). E, apesar de haver receitas como a “tentação de merengue”, todas têm no final a contagem de calorias para ninguém poder dizer que não sabia. A.P.C.
Paulo Morais do Vietname às Filipinas
São muitas receitas e muitos países. No seu livro, Paulo Morais percorre as Filipinas, a Indonésia, a Malásia, o Camboja, o Vietname, o Laos, a Tailândia, Singapura e a Birmânia. Mas porque a Ásia não é toda igual, antes das receitas temos uma apresentação de cada um destes países, para percebermos o que os aproxima e o que os distingue: que práticas alimentares têm, que animais existem em maior quantidade, como é que o clima influencia o que se produz. E porque há ingredientes que podem não ser fáceis de obter em Portugal, há, por vezes, explicações sobre como a receita pode ser adaptada: por exemplo, substituindo a folha de bananeira que embrulha o peixe grelhado na Indonésia por uma folha de alumínio. O mesmo já não acontece, contudo, noutra receita, esta de Singapura, de cachaço de porco com folhas de pandam. É um livro com uma grande variedade de propostas, dos peixes aos legumes, passando por vários pratos de arroz ou de massas, até às sobremesas, mas por vezes a descrição dos passos a dar em cada uma é excessivamente simplificada. A.P.C.
O azeite da beleza à mesa
Cláudia S. Villax tem um olival e faz o azeite biológico Azeitona Verde. Neste livro, partilha com outros apaixonados por azeite o que aprendeu neste processo, começando pelo trabalho no olival e explicações sobre o que é azeite virgem extra, como é feito e o que se deve saber para o comprar. Antes de passarmos para a mesa, há ainda um capítulo sobre o azeite na beleza, com receitas para o corpo e para o cabelo. A segunda parte deste livro, com belas fotos (Cláudia é também fotógrafa), é dedicada à alimentação, começando por azeites aromatizados, passando pelo pão de azeite ou pela utilização numa série de saladas e pratos mais leves ou até em sobremesas, como o gelado de chocolate com azeite e pimenta rosa ou gelado de banana e tahini. A.P.C.
Comer, beber e chorar por mais
É um daqueles livros de comer, beber e chorar por mais. A fórmula é simples: uma receita de um petisco e um vinho para acompanhar. Vinhos & Petiscos, editado em Outubro pela Caminho das Palavras, apresenta uma selecção de 52 produtores de vinho de todo o país que, por seu lado, apresentam uma receita que vai bem com aquele vinho. Para abrir o apetite, asas de frango com mel, acompanhado com Papa Figos Tinto; segue-se um bolo do tacho com lascas de bacalhau e cebolada de Alvarinho – e no copo Quinta de Santiago Reserva 2015. A viagem pelos sabores continua com empadas de perdiz e Herdade do Sobroso Barrique Select Tinto, para só terminar nas vieiras com puré de ervilhas, que casam lindamente com Pôpa Black Edition Branco 2015. Estes são só alguns exemplos, para abrir o apetite: há muito mais para degustar ao longo destas mais de 100 páginas profusamente ilustradas. Há também uma edição em inglês, Wines & Snacks. S.S.C.
Um livro com 99 destinos para se visitar (ou não)
Este pode ser mais um livro para se ler à lareira, no conforto de almofadas e cobertores. No entanto, a curiosidade que O Esplendor do Mundo desperta pode, pelo menos, fazer com que a caneta comece a rabiscar planos e projectos para a próxima viagem. Ao longo de 200 páginas, Gonçalo Cadilhe apresenta 99 destinos, que representam um resumo da carreira de 25 anos do jornalista de viagens. Pode-se escolher a “perfeição arquitectónica” do Taj Mahal ou os trilhos do Grand Canyon, mas há mais pontos espalhados no globo a pedir uma visita. O rio Mekong (a serpentear Sudeste Asiático abaixo) ou o Tikal (na Guatemala) são apenas alguns exemplos, aos quais se juntam aqueles que Gonçalo considera “irrepetíveis” e nada aconselháveis. É uma questão de espreitar – e de coragem para fazer as malas. N.R.G.
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