Vieira da Silva: “Estou de consciência tranquila”

Ministro diz que carta recebida no ministério não tinha referências ao que foi relatado pela TVI.

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Vieira da Silva foi vice-presidente da assembleia geral da Raríssimas LUSA/TIAGO PETINGA

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José Vieira da Silva, diz estar “de consciência tranquila” sobre o caso da Raríssimas quer enquanto governante quer enquanto antigo membro da assembleia geral daquela instituição.

“Estou de consciência de tranquila”, afirmou esta manhã José Vieira da Silva, depois de questionado sobre a sua actuação enquanto ministro e como vice-presidente da assembleia geral da Raríssimas entre 2013 e 2015. O ministro falava aos jornalistas à margem de um seminário sobre "Os impactos do FSE em Portugal", em Lisboa.

“Estes apoios que são concedidos, na sua esmagadora maioria, são protocolares, feitos com base em critérios, em número de pessoas apoiadas e tabelas previamente estabelecidas”, afirmou, referindo que “não foram apresentados problemas” como os que são relatados na reportagem da TVI.

Enquanto membro da assembleia geral da Raríssimas, o ministro garantiu que “ninguém durante essas reuniões levantou alguma dúvida ao trabalho expresso nas contas dessa associação”.

“As contas da Raríssimas eram aprovadas na assembleia geral e, desse ponto de vista, tinha conhecimento [das contas], mas nunca tive conhecimento, nunca foi identificado, nem apresentado por ninguém nessas assembleias gerais qualquer dúvida sobre essas mesmas contas”, sublinhou Vieira da Silva.

Questionado sobre se recebeu a carta do antigo tesoureiro da associação em que os alegados desvios de verbas eram relatados, o ministro disse que a carta foi dirigida ao seu ministério, ao seu gabinete e que "foi enviada para os serviços de fiscalização" da Segurança Social.

Vieira da Silva voltou a garantir, como já tinha feito na conferência de imprensa de segunda-feira, que a carta recebida não tem referências ao que foi relatado na reportagem. “Todas as notas não tinham nenhuma referência implícita ou explícita que foram identificadas na reportagem”, garantiu. O ministro foi ainda questionado sobre se uma IPSS deveria desviar dinheiro recebido do Ministério para pagar serviços de consultadoria de Manuel Delgado, o secretário de Estado que se demitiu esta terça-feira, na sequência da polémica. O governante remeteu para os resultados da inspecção em curso, reiterando que as verbas são atribuídas às instituições com base em critérios. “Se esses critérios foram cumpridos, teremos de esperar um pouco”, disse, referindo não haver um prazo para a conclusão da inspecção, mas que deverá estar terminada nos próximos dias. 

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