Putin anuncia início da retirada militar da Síria

Presidente russo diz que missão de combate aos terroristas "foi em grande parte resolvida".

A intervenção militar russa começou em Setembro de 2016
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A intervenção militar russa começou em Setembro de 2015 SERGEI CHIRIKOV/EPA
A Rússia vai manter "de forma permanente" as duas bases que controla na Síria
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A Rússia vai manter "de forma permanente" as duas bases que controla na Síria SERGEI CHIRIKOV/EPA

Vladimir Putin fez nesta segunda-feira uma visita inesperada à Síria para anunciar o início da retirada das tropas russas. Num tom de vitória, o Presidente russo diz que, após dois anos de combates, as forças de Moscovo e Damasco derrotaram em grande medida os grupos terroristas activos no país.

Putin tinha já anunciado em Março de 2016, seis meses depois dos primeiros ataques aéreos, que estava a planear a retirada da maioria dos efectivos russos que tinham enviado para a Síria para ajudar as forças do Presidente Bashar Assad, então a perder território em todas as frentes da guerra iniciada em 2011.

Mas o anúncio feito agora surge num momento muito mais auspicioso – os jihadistas do Daesh perderam todas as cidades e vilas que controlavam tanto na Síria como no vizinho Iraque, e a oposição a Assad está limitada à província de Idlib (Noroeste), a alguns subúrbios de Damasco e a bolsas de território no Sul do país. Foi derrotada pelo Exército sírio com o apoio vital da aviação russa e das forças enviadas pelo Irão e o movimento xiita libanês Hezbollah.

“A tarefa de lutar contra os bandidos armados aqui na Síria, uma tarefa que era essencial resolver com o uso de uma força armada extensiva, foi em grande parte resolvido, e resolvido de maneira espectacular”, afirmou Putin num discurso na base aérea russa em Hmeymim, na província síria de Latakia, transmitido em directo pela televisão. “Dou-vos os meus parabéns”, afirmou o Presidente russo, perante os soldados russos alinhados à sua frente.

Na mesma altura, em Moscovo, o Kremlin anunciava que Putin tinha dado ordem para o início da retirada das forças terrestres da Síria – um repatriamento que, segundo o próprio Presidente, vai envolver “uma parte significativa do contingente” destacado para o país. No entanto, Moscovo garante que pretende manter “de forma permanente” tanto a base naval de Tartus, a única presença russa permanente no Mediterrâneo, como a de Hmeymim.

E, num sinal de que este ainda não é o final da missão, Putin avisou que “se os terroristas voltarem a erguer de novo a cabeça”, a Rússia vai “atacá-los como eles nunca antes viram”.

Mas para o Presidente russo, recebido em Hmeymim pelo homólogo sírio, o tempo é já de começar a negociar uma solução política para o conflito no país. Citado pelas agências russas, Putin terá dito a Assad que vai discutir com o Irão e a Turquia – os parceiros que escolheu para uma nova iniciativa de paz – formas de fazer avançar as negociações entre o regime sírio e a oposição. 

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