Receitas de jogos no Natal revertem a favor de vítimas de incêndios

Numa semana “normal”, as receitas oscilam entre os quatro e os seis milhões de euros, diz o provedor Edmundo Martinho em entrevista ao DN/TSF.

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Edmundo Martinho foi vice-provedor da Santa Casa durante dois anos, ao lado de Pedro Santana Lopes NUNO FERREIRA SANTOS

O novo provedor da Santa Casa da Misericórdia, Edmundo Martinho, anunciou que a Santa Casa irá doar as receitas dos jogos na semana que antecede o Natal (de 17 a 24 de Dezembro) para um fundo chamado Recomeçar, que pretende “apoiar as populações destes concelhos afectados” pelos incêndios. A notícia foi pelo responsável na entrevista publicada neste domingo pelo Diário de Notícias (DN) e TSF. 

O valor em causa é ainda incerto. “Numa semana normal estamos a falar de um valor que andará entre os quatro e os seis milhões de euros”, estima Edmundo Martinho, mas, tratando-se da semana anterior ao Natal, o valor deverá ser superior. “O que nós queremos é dizer às pessoas que joguem, porque jogando podem ter um prémio, mas com isso estão também a reforçar este movimento de apoio”.

O provedor de 62 anos refere ainda que a Santa Casa fez sobretudo duas coisas no apoio às vítimas dos incêndios: disponibilizou um “conjunto de meios de natureza imediata” e financiou “directamente um conjunto de habitações”. “Isto foi feito de forma relativamente discreta, mas foi este o apoio que demos”, diz. A iniciativa Recomeçar é uma proposta “muito, muito maior” do que aquilo que a instituição fez anteriormente.

O provedor disse ainda que vai enviar esta semana uma carta aos líderes das grandes empresas do país a pedir para usarem a hashtag #recomeçar, sem esquecer que tudo o que for canalizado para o fundo “será sempre em benefício daquelas populações”, avisa.

Na entrevista, falou-se ainda da entrada da Santa Casa no capital social do Montepio Geral. O provedor considerou ainda que a instituição “tem um papel a desempenhar no domínio da economia social” — um papel que destacava também na quarta-feira, em entrevista ao PÚBLICO, altura em que garantia haver, neste caso, uma total sintonia entre as posições do Governo, do regulador e da Santa Casa. “Esta não é uma operação financeira de comprar hoje para vender amanhã para obter mais-valias, não é disso que se trata”, reforçou ao DN.

Na mesma entrevista ao PÚBLICO, na quarta-feira, Edmundo Martinho afirmava que a prioridade central no seu mandato de provedor era “a preservação do património” da instituição, em termos de “respostas de saúde e de acção social” — neste momento, diz, o “problema mais pesado e de longe” a resposta às necessidades dos idosos. Ao DN, o provedor considerou ser “um defensor da resposta e da responsabilidade pública em matéria de saúde, o que não significa que não seja compatível com a existência de soluções privadas”.  

Na entrevista deste domingo, Edmundo Martinho – que foi durante quase dois anos vice-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, ao lado de Santana Lopes, que saiu em Outubro para se candidatar à liderança do PSD – referiu-se ainda à falta de médicos em Alcoitão, considerando-a “uma prioridade de primeiro plano com carácter de imediato”, adiantando que já teve uma reunião com os representantes dos sindicatos dos médicos e que se reunirão novamente nesta segunda-feira. “Não pode passar do mês de Janeiro sem termos este problema resolvido”, assevera. 

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