Mugabe despede vice-presidente e abre caminho a Grace para lhe suceder

Presidente do Zimbabwe tem 93 anos. A sua mulher já tinha afastado um rival.

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Grace Mugabe e o vice-presidente despedido Philimon Bulawayo/Reuters

O Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, demitiu o seu vice-presidente, Emmerson Mnangagwa, anunciou o governo de Harare esta segunda-feira. É um sinal de que se intensificava a luta pelo poder entre Mnangagwa e a mulher do chefe de Estado, Grace Mugabe. 

"O excelentíssimo Presidente Mugabe exerceu o seu poder para exonerar, com efeito imediato, o honorável vice-presidente Mnangagwa das suas funções", disse o ministro da Informação, Simon Moyo, acrescentando que Mnangagwa cometeu um crime de "deslealdade".

A decisão de Mugabe surgiu na sequência de um fim-de-semana muito intenso em Harare, com acusações de tentativa de envenenamento do Presidente a surgirem de todos os sectores. O vice-presidente tinha tecido críticas ao comportamento do Presidente que, finalmente, clarificou o jogo: ao despedir Mnangagwa, indica que quer que seja a sua mulher a suceder-lhe.

No sábado, Mugabe, de 93 anos, já tinha ameaçado despedir o vice, acusando-o de estar a contar espingardas antes do congresso de Dezembro da União Nacional Africana - Frente Patriótica, o partido de Mugabe. Num comício do partido, Grace Mugabe tinha sido vaiada pelos apoiantes de Mnangagwa, que tem 75 anos.

"O vice-presidente apresentou sistemática e constantemente falta de lealdade, desrespeito, desonestidade e falta de seriedade", disse o ministro da Informação.

Mnangagwa foi nomeado vice-presidente em 2014, sucedendo a Joice Mujuru, que foi afastado depois de Grace Mugabe ter lançando uma campanha acusando-o de conspirar contra o marido, que está no poder desde 1980. 

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