Dono do BPI estuda retirar sede de Barcelona

O CaixaBank, que controla 85% do banco português, admite mudar a sua sede da Catalunha perante um cenário de independência da Catalunha. O Banco Sabadell também. Esta tarde há reuniões decisivas da cúpula de ambos os bancos.

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Reuters/SUSANA VERA

A comissão executiva do Caixabank, o maior banco da Catalunha, tem marcada para esta tarde uma reunião para discutir o actual momento político da região e as consequências que já está a ter para a instituição. Em cima da mesa, segundo o jornal espanhol El Mundo, pode estar um plano de contingência defendido por alguns administradores que preveja a retirada da sua sede de Barcelona para as Baleares. Isto no caso de se confirmar a declaração unilateral de independência da Catalunha, que poderá acontecer já na próxima segunda-feira.

A escolha das Baleares como destino possível da sede social do CaixaBank tem a ver com as raízes da entidade naquela região desde a sua fundação em 1904, espelhada na denominação original da instituição: Caja de Pensiones para la Vejez y de Ahorros de Cataluña y Baleares.

De acordo com as fontes citadas pelo jornal El Mundo, o presidente executivo do CaixaBank, Jordi Gual, defende que haja um plano de contingência preparado para a mudança de sede, mas sem o tornar público, dado que a administração do banco ainda acredita que não será necessário executá-lo. A convicção geral é que a segurança jurídica da Catalunha em Espanha não será afectada, tal como assegurou o rei de Espanha na sua comunicação ao país. Ainda assim, se avançar, o plano de mudança de sede fiscal terá de ser aprovado pelos accionistas, numa assembleia-geral convocado para esse efeito.

Sabadell também discute mudança de sede

O Banco Sabadell reúne esta tarde a sua administração para discutir também uma possível mudança da sua sede social, perante o cenário independentista na Catalunha. De acordo com vários jornais espanhóis, em cima da mesa está a mudança para cidades como Madrid, Alicante ou Oviedo. No caso do Sabadell a administração pode decidir fazê-lo sem consultar os accionistas.

As acções do Sabadell, que tal com as do CaixBank têm sido penalizadas pela actualidade política catalã, recuperaram algum terreno logo a seguir à notícia sobre a eventual mudança de sede.

O objectivo dos dois bancos é, segundo as mesmas fontes citadas pela imprensa espanhola, manter o acesso ao Banco Central Europeu e ao mercado interbancário nas mesmas condições que gozam actualmente, nomeadamente em termos de liquidez e custo de financiamento. Por outro lado, mudando a sede fiscal para fora da Catalunha, em caso de independência, mantêm a protecção de que gozam actualmente os depósitos e outras poupanças dos seus clientes.

O CaixaBank tem na Catalunha depósitos avaliados em mais de 60 mil milhões de euros, enquanto o Sabadell concentra mais de 30 mil milhões de euros, segundo os dados divulgados pelo El Mundo que revela, ainda, que os dois líderes do CaixaBank e Sabadell, Gual e Josep Oliu, respectivamente, já desenvolveram contactos com o governo catalão no sentido de sensibilizá-lo para os efeitos de uma declaração unilateral de independência.

 

 

 

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