Altice/Media Capital: Paulo Azevedo receia regresso de "ligações" entre poder e media

O presidente da Sonae, que divide o controlo da Nos com a empresária angolana Isabel dos Santos, foi à ERC alertar para os riscos que vê na operação de compra anunciada pela dona da PT.

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Nelson Garrido

O presidente da Sonae, Paulo Azevedo, alertou esta terça-feira que a compra da Media Capital, dona da TVI, pela francesa Altice, dona da PT, não visa "o interesse público", por juntar os maiores grupos de comunicação social e telecomunicações.

“Infelizmente [ao longo da carreira] tive muitas vezes de lutar contra teias tecidas por ligações entre o poder económico, o poder político e poder mediático que não visavam o interesse público e penso que esta operação configuraria uma situação que se prestaria muito a isso voltar a acontecer de uma forma bastante mais grave”, advertiu o gestor à saída de uma reunião na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

E prosseguiu: “Estamos a falar em juntar a propriedade do maior grupo de comunicação social com o maior grupo de telecomunicações e hoje os grupos de telecomunicações são o canal que está entre os consumidores e a comunicação social”.

Para Paulo Azevedo, se há vinte anos “isso não seria praticamente um problema” hoje 100% passa através desses operadores e este operador em concreto [a PT] tem a exclusividade de cerca de quase metade dos portugueses e cada português tem só uma 'box' e um acesso à Internet.

A Sonae detém a Sonaecom que, por sua vez, detém uma participação indirecta na Nos, através dos 50% que tem na Zopt, que é detentora de 52,15% da operadora Nos.

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