Greve dos enfermeiros é "ilegítima, ilegal e imoral", diz ministro da Saúde

Numa entrevista à SIC, Adalberto Campos Fernandes considerou que não há uma guerra entre o Governo e os enfermeiros e alerta que os profissionais que participarem na greve sofrerão as consequências "previstas na lei”.

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A greve está convocada de 11 a 15 de Setembro NUNO FERREIRA SANTOS

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, considerou que o protesto agendado pelos enfermeiros para a próxima semana é “ilegítimo, ilegal e imoral”. Mas garantiu, numa entrevista feita no Jornal da Noite, na SIC, que o Governo não se encontra em guerra com o sector, que considera vital e uma “profissão relevantíssima”.

Adalberto Campos Fernandes acusa os enfermeiros que tencionam participar na greve da próxima semana (de 11 a 15 de Setembro) de estarem a violar “todos os princípios” com o intuito de “criar agitação”. O ministro refere que os profissionais que participarem na greve sofrerão as consequências, nomeadamente “as previstas na lei”, confirmando que quem fizer greve terá falta, já que existe um controlo de assiduidade.

A greve geral de cinco dias foi convocada por dois dos três sindicatos de enfermeiros. As estruturas sindicais envolvidas são o Sindicato de Enfermeiros e o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem, afectos à UGT; de fora deste protesto está o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, afecto à CGTP.

Em contraste, depois de acusar os enfermeiros da ilegalidade da greve – até por “abandonarem serviços de emergência” – Adalberto Campos Fernandes adiantou que a greve dos médicos decorreu com toda a legalidade.

“O Governo não falhou, tem defendido o que é o interesse público”, acrescenta ainda o ministro, numa entrevista em que quis “repor a verdade”.

Alguns enfermeiros começaram a entregar os títulos de especialista (que receberam depois de fazerem formações pagas do seu bolso) à Ordem dos Enfermeiros (OE) — Adalberto Campos Fernandes rebate tal decisão, considerando que “não é possível renunciar a um título profissional”, mas admite que os enfermeiros especializados deveriam receber mais.

O ministro referiu ainda que há “uma vontade grande do Governo” de acompanhar o percurso dos enfermeiros no próximo ano para haver um “reconhecimento de competências”. “E, aliás, temo-lo feito”, afirmou, acrescentanto, no entanto, que "é impossível em três meses fazer aumentos salariais de 100% ou 200%”.

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