Há meses que Coreia do Norte e EUA têm contactos regulares

Associated Press diz que Washington e Pyongyang têm canais diplomáticos abertos há meses. Apesar de os contactos pouco ou nada terem feito para conter a subida de tom e de tensões, situação pode mostrar abertura para negociações mais aprofundadas.

Foto
LUSA/KCNA;

Na sombra da escalada de retórica bélica entre os EUA e a Coreia do Norte, os dois países abriram canais diplomáticos para encetar conversações há meses. A notícia é da Associated Press (AP), que cita fontes oficiais norte-americanas e pessoas próximas a estes contactos, e diz que as conversações, tal como se tem assistido nos últimos dias, pouco ou nada fizeram para conter o programa nuclear norte-coreano, e os repetidos testes de mísseis balísticos, ou para reduzir as tensões entre Washington e Pyongyang.

Como diz a AP, os contactos são regulares e são realizados através do enviado norte-americano para os assuntos relacionados com a Coreia do Norte, Joseph Yun, e o diplomata norte-coreano para a ONU, Pak Song Il.

Apesar de estes contactos terem tido pouco efeito na escalada de tensões entre Washington e Pyongyang, as fontes ouvidas pela agência noticiosa norte-americana dizem que este facto pode sugerir uma abertura de ambas as partes para uma eventual negociação séria e aprofundada.

Aliás, no meio das ameaças e avisos à Coreia do Norte nos últimos dias, Donald Trump foi admitindo que a sua Administração está sempre disponível para se sentar à mesa das negociações com o regime de Kim Jong-un. Por sua vez, o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, fez uma declaração que poderia indicar aquilo que a AP revelou agora: “Nós temos outros meios de comunicações abertos com eles, para ouvir se eles têm o desejo de falar”, afirmou esta semana nas Filipinas.

Foram públicas outras conversações entre os EUA e a Coreia do Norte, ainda que tenham sido raras, e sobre assuntos em concreto. O exemplo mais recente foi a negociação para a libertação do estudante norte-americano detido em Pyongyang, Otto Warmbier, e que foi condenado a 15 anos de trabalhos forçados. O jovem de 22 anos chegou a território americano no passado mês de Junho, em estado vegetativo e com graves lesões cerebrais, acabando por morrer uma semana depois. Apesar disso, não eram conhecidas linhas de comunicação entre os dois países sobre outros temas, concretamente a expansão nuclear norte-coreana, e que tem sido nos últimos tempos o grande foco de tensão entre ambos.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários