Preço da Altice pela Media Capital é "adequado", mas podia ser mais alto

A oferta da Altice, que cumpre o preço mínimo fixado, “é oportuna”, diz a administração da Media Capital, que “está confiante” que a entrada do novo accionista será positiva para os trabalhadores.

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Patrick Drahi, patrão da Altice, à chegada à conferência de imprensa de anúncio da compra da Media Capital daniel rocha

O conselho de administração da Media Capital pronunciou-se esta sexta-feira sobre a oferta de compra da Altice sobre 4,4 milhões de acções da Media Capital, que estão nas mãos da instituição galega NCG Banco.

A oferta “é oportuna” e as “respectivas condições são adequadas”, lê-se no documento de seis páginas que o conselho presidido por Miguel Pais do Amaral enviou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A oferta, a cujo lançamento a Altice ficou obrigada por ter acordado com a espanhola Prisa a compra de cerca de 95% do capital social e votos do grupo português, “não é inoportuna, na medida em que não afecta o normal desenvolvimento da Media Capital”.

Porque é uma oferta obrigatória e a Altice tem forçosamente que cumprir o disposto no Código dos Valores Mobiliários (CVM), a contrapartida de 2,5546 euros corresponde “ao preço mínimo fixado na regulamentação para ofertas públicas de aquisição obrigatórias”, lê-se no comunicado.

Assim, apesar de considerar (após a análise de “diversas avaliações relativas às condições financeiras da oferta") que a contrapartida se afigura “adequada”, o conselho de administração da Media Capital diz que também veria “como adequado um eventual aumento ou revisão em alta da contrapartida da oferta, encontrando-se num intervalo de valorização da sociedade visada que se considera razoável e apropriado”.

Quanto à estratégia anunciada pela Altice para a Media Capital, os administradores do grupo que detém a TVI e a produtora de conteúdos Plural, vêem-na como “positiva”. Em particular, “a manutenção e reforço da aposta na estratégia digital da TVI e a manutenção e reforço da política de investimento em conteúdos portugueses”.

Sobre o impacto do negócio nos interesses dos trabalhadores e nas suas condições de trabalho, o comunicado nota que os documentos da oferta “contêm referências acerca das intenções da oferente a propósito da política de recursos humanos” e que neste tema concreto a administração da Media Capital “está confiante” que a entrada de um novo accionista “terá um impacto positivo para os trabalhadores”. Isto, “em conformidade com o declarado nos documentos da oferta, relativamente à criação de mais oportunidades de trabalho no grupo Media Capital”.

O conselho de administração “defende ainda” que o grupo deverá “manter e conservar sempre a independência editorial dos órgãos de comunicação social sob a sua gestão”, além da “linha e estratégia editoriais que definem o estilo jornalístico e de comunicação seguido” pelo grupo, e “que o distinguem (…) dos demais órgãos de comunicação social em Portugal”.

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