Venezuela: Estados Unidos prometem medidas "fortes e rápidas"

Vários países anunciaram que não irão reconhecer a futura Assembleia Constituinte venezuelana.

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Pelo menos dez pessoas morreram na sequência de confrontos na eleição EPA/RICARDO MALDONADO ROZO

Os Estados Unidos condenaram firmemente no domingo a eleição da Assembleia Constituinte na Venezuela e prometeram "medidas fortes e rápidas" dirigidas ao Governo do Presidente Nicolás Maduro. "Os Estados Unidos condenam" esta eleição "que põe em perigo o direito do povo venezuelano à autodeterminação", declarou, em comunicado, Heather Nauert, porta-voz do Departamento de Estado.

Nauert garantiu que os Estados Unidos vão "continuar a tomar medidas fortes e rápidas contra a Venezuela". De acordo com o Ministério Público venezuelano, pelo menos dez pessoas morreram, na sequência de confrontos, durante a jornada eleitoral para a Assembleia Constituinte, promovida por Nicolás Maduro e boicotada pela oposição.

Além dos Estados Unidos, a Colômbia, o Panamá, o Peru, a Argentina e a Costa Rica anunciaram já que não iam reconhecer a Assembleia Constituinte venezuelana. A Bolívia denunciou a submissão destes países ao Governo norte-americano. O Canadá, por sua vez, afirmou que esta é uma "eleição antidemocrática".

O México lamentou que o Governo venezuelano tenha organizado um escrutínio "contrário aos princípios democráticos universalmente reconhecidos", de acordo com um comunicado da Secretaria de Relações Externas (SRE). No mesmo comunicado, o México condenou os incidentes de violência e repressão e considerou que avançar com a constituição da Assembleia Constituinte significa "uma continuação do conflito".

O México defendeu ser "o momento" de privilegiar "o diálogo e a reconciliação", instando Governo e oposição a realizarem um diálogo genuíno e com garantias que permitam ao povo venezuelano restaurar a ordem democrática e retomar o caminho de desenvolvimento e o Estado de Direito.

Também o Governo da Guatemala manifestou, no domingo, "profunda preocupação" pela eleição da Assembleia Constituinte na Venezuela e reiterou que a única saída para a crise "que tende a agravar-se" é o diálogo.

Já o Brasil de Temer afirma que, “face à gravidade do momento histórico que se vive na Venezuela", "insta as autoridades venezuelanas a suspenderem a aplicação da Assembleia Constituinte e a abrir um canal efectivo de entendimento e diálogo com a sociedade venezuelana”.

O Governo espanhol emitiu um comunicado ao final deste domingo no qual sublinha que não reconhecerá “uma Assembleia Constituinte que não seja resultado de um amplo consenso nacional, eleita conforme as regras democráticas de sufrágio universal livre, igual, directo e secreto”. A nota do Ministério de Assuntos Externos e Cooperação é citada pelo El País.

A convocatória para a eleição foi feita a 1 de Maio pelo Presidente, Nicolás Maduro, com o principal objectivo de alterar a Constituição em vigor, nomeadamente os aspectos relacionados com as garantias de defesa e segurança da nação, entre outros pontos.

A oposição venezuelana acusa Nicolás Maduro de pretender usar a reforma para instaurar no país um regime cubano e perseguir, deter e calar as vozes dissidentes.

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