INE diz que Marques Mendes fez “falsa antecipação grave” de dados

Comentador disse saber que INE irá divulgar na próxima sexta-feira um desemprego de 9,4% em Maio. INE não gostou e garante que esse resultado até já tinha sido publicado.

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INE diz que Marques Mendes pode colocar em causa confiança da população na instituição JOAO HENRIQUES

Já se vem tornando num hábito ao longo dos últimos meses. No seu programa de comentário na SIC, Luís Marques Mendes, ex-líder do PSD, afirma ter conhecimento de dados que o INE irá publicar no futuro sobre a economia portuguesa, seja sobre o PIB, o desemprego ou o défice orçamental. Este domingo, o comentador fez o mesmo, mas desta fez o INE respondeu em comunicado.

Na SIC Marques Mendes afirmou que dos 9,5% registados em Abril, a taxa de desemprego “vai baixar para 9,4%” em Maio, garantindo que estes “são resultados que o INE vai divulgar oportunamente”. “Ainda não é conhecido, mas vai divulgar”, disse.

O INE, que em ocasiões anteriores tinha preferido não responder directamente, reagiu esta segunda-feira na forma de um comunicado. A autoridade estatística nacional diz que aquilo que Marques Mendes fez foi uma “falsa antecipação”, explicando que nos dados mensais do desemprego publicados há um mês se avançou, não só com o número definitivo para Abril, como com os 9,4% provisórios para Maio. “"Luís Marques Mendes não antecipou este resultado do INE. O resultado já tinha sido publicado!", diz o comunicado.

Mesmo uma eventual confirmação deste valor não seria possível nesta fase, garantem os responsáveis do INE, já que a estimativa definitiva para Maio será divulgada na sexta-feira e apenas esta segunda-feira se iniciou o trabalho de apuramento destas estatísticas. O INE afirma que é “materialmente impossível qualquer conhecimento prévio dos resultados”.

Para o INE, “esta falsa antecipação é grave na medida em que se pode gerar na opinião pública a ideia que Luis Marques Mendes tenha qualquer privilégio de acesso antecipado às estatísticas oficiais do INE, o que não sucede", algo que pode "afectar negativamente a confiança da opinião pública sobre a forma como o INE exerce a sua missão de serviço público".

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