Juncker: o Parlamento Europeu, quase vazio, "é ridículo"

Sessão da manhã desta terça-feira, com menos de 10% dos deputados, enfureceu o presidente da Comissão Europeia.

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Juncker perdeu a paciência esta terça-feira em Estrasburgo PATRICK SEEGER/EPA
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O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse na manhã desta terça-feira enquanto olhava para o hemiciclo quase vazio, em Estrasburgo, que o Parlamento Europeu é "ridículo, completamente ridículo". A sessão desta manhã, dedicada à análise dos primeiros seis meses da presidência rotativa do Conselho Europeu, estava quase vazia e irritou Juncker.

As palavras enfurecidas do responsável foram proferidas na sessão do Parlamento em que, estimou, estavam apenas cerca de 30 dos 751 eurodeputados efectivos, segundo as contas de Juncker. Cerca de 4% do total dos membros, o que prova, para Jean-Claude Juncker, que o Parlamento "não é sério". "Se em vez de [Joseph] Muscat [primeiro-ministro de Malta] estivesse aqui Angela Merkel ou Emmanuel Macron, a sala estaria a transbordar", criticou o presidente da Comissão Europeia, repetindo a crítica do dia - "vocês são ridículos".  O correspondente da BBC fala em "menos de cem" eurodeputados presentes e numa sessão invulgarmente vazia. 

O presidente do Parlamento, o italiano Antonio Tajani, não ficou menos zangado com a reacção intempestiva de Juncker, acusando-o de falta de respeito pela instituição. "Pode criticar o Parlamento, mas não é função da Comissão controlar o Parlamento - é o Parlamento que tem de controlar a Comissão", disse, citado pela imprensa. Juncker não acatou o reparo e voltou a repetir: "Trinta deputados na sessão plenária para controlar a Comissão? Vocês são ridículos". Muscat assistia sorridente à troca de galhardetes, descreve a BBC.

Antonio Tajani voltou a tentar pôr ordem na sessão e Juncker lá retomou, segundo a Euronews, o seu discurso em que reflectia sobre a presidência maltesa do Conselho Europeu. Num aparte com alguns eurodeputados, Juncker disse "nunca mais" estará numa reunião destas.

O correspondente da BBC em Estrasburgo avança duas possibilidades para explicar a paisagem desta terça-feira no Parlamento Europeu. "As pessoas nem se incomodam em aparecer. Algumas já começaram as suas sete semanas de férias pagas", disse um eurodeputado britânico ao jornalista. Mas, como explica também Adam Fleming, as cerimónias fúnebres de Simone Veil, que decorrem quarta-feira em França, contarão com vários eurodeputados e a sessão parlamentar foi extirpada de alguns pontos de discussão para que estes possam estar presentes.

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