Comissão vai assegurar execução da estratégia para os sem-abrigo

Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo foi aprovada pelo Conselho de Ministros. “Houve um trabalho muito intenso com as associações da sociedade civil ", garante Vieira da Silva.

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Marcelo Rebelo de Sousa tem estado muitas vezes no terreno em contacto com a população que não tem casa Miguel Manso

O Governo aprovou nesta quinta-feira a Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo (ENIPSSA) até 2023 e o respectivo modelo de intervenção, que aposta na prevenção e pretende evitar a duplicação de respostas. “Temos uma expectativa muito elevada na sua capacidade de reforçar as políticas públicas nesta área muito importante”, afirmou o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, na conferência de imprensa do Conselho de Ministros.

O ministro sublinhou que a nova estratégia para 2017-2023 foi aprovada após um “trabalho intenso” com as associações.

“Houve um trabalho muito intenso com as associações da sociedade civil que têm uma intervenção muito forte na área das pessoas sem-abrigo” e “foi feita mais recentemente a avaliação” da estratégia, que foi colocada em discussão pública, adiantou o ministro.

“O Governo, depois de todo esse debate que passou nomeadamente pela Assembleia da República, vem aprovar a nova estratégia para 2017-2023 que se orienta por três eixos”, disse Vieira da Silva, destacando o segundo e o terceiro eixo. O ministro explicou que o segundo eixo está relacionado “com o reforço de uma intervenção promotora da intervenção das pessoas em situação de sem-abrigo” e o terceiro com “a coordenação, monitorização e avaliação permanente desta estratégia nacional”.

Segundo Vieira da Silva, a estratégia nacional dará depois lugar à criação de planos para dois anos. “O primeiro será para 2017-2018, onde estarão identificados e desenvolvidos todos os objectivos e todas as metas para atingir uma integração tendencialmente plena das pessoas em situação sem-abrigo”, avançou.

É também criada uma comissão interministerial que “assegura a definição, a articulação e a execução da estratégia nacional”, integrando um “conjunto alargado de ministérios”, adiantou Vieira da Silva. Cabe a esta comissão, presidida pelo ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, aprovar os Planos de Acção bienais propostos pelo Grupo de Implementação, Monitorização e Avaliação da Estratégia (GIMAE), bem como os relatórios de avaliação anuais elaborados por este grupo.

Uma fonte do ministério adiantou à Lusa que o modelo de intervenção assenta “numa premissa de rentabilização de recursos humanos e financeiros, bem como da necessidade de evitar a duplicação de respostas e qualificar a intervenção ao nível da prevenção das situações de sem-abrigo e do acompanhamento junto dos utentes”.

Em Abril, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou à rápida implementação da estratégia, para que seja aplicada já este ano, de forma a erradicar o problema até 2023.

“O importante foi refletir sobre a nova estratégia e queremos que corra rapidamente a sua aplicação. O prazo é muito longo, até 2023, mas há muita coisa a fazer, quanto mais depressa começar a ser feito melhor”, afirmou na altura Marcelo Rebelo de Sousa, no final de uma segunda reunião de trabalho com instituições de apoio aos sem-abrigo.

A resolução do Conselho de Ministro determina que o Plano de Acção 2017-2018 deve ser proposto pelo GIMAE à Comissão Interministerial no prazo de 60 dias, após a publicação em Diário da República.

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