Extrema-direita planeia sabotar operações de salvamento no Mediterrâneo

Grupos xenófobos recolhem fundos para impedir operações de resgate que já salvaram mais de 6.000 vidas desde o início do ano.

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Reuters/DARRIN ZAMMIT LUPI

Militantes da extrema-direita europeia estão a recolher fundos para financiar uma campanha de sabotagem das operações humanitárias de salvamento de migrantes e refugiados à deriva no Mediterrâneo, revela este domingo o britânico Observer

No sábado, adianta o jornal, uma campanha anónima de recolha de fundos atingiu o objectivo de reunir 50.000 euros para pagar embarcações, despesas de viagem e equipamento de filmagem. A operação planeada para este Verão segue-se a um ensaio realizado em Maio ao largo da Sicília, em Itália, quando um navio fretado por uma organização francesa de extrema-direita conseguiu perturbar a actividade de uma embarcação da associação não-governamental SOS Méditerranée, que resgatava náufragos.

O incidente acabou com a intervenção da marinha italiana, que efectuou várias detenções. Uma das pessoas que seguia a bordo da missão de sabotagem era a activista canadiana de extrema-direita Laura Southern.

A campanha de financiamento para uma operação xenófoba durante o Verão foi lançada há cerca de três semanas por uma organização francesa, a Génération Identitaire, que declara a intenção de combater o que consideram serem os “inimigos da Europa”.  

As operações de resgate realizadas pelas autoridades europeias, por organizações não-governamentais e por particulares já salvaram mais de 6.000 pessoas das águas do Mediterrâneo desde o início do ano, segundo números das Nações Unidas. Na semana passada, um navio da organização Médicos Sem Fronteiras resgatou 1.500 pessoas em apenas 10 horas.

Ao mesmo tempo, o número de mortos na travessia para a Europa ascende este ano já a 1.650.

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