Merkel diz que já não se pode confiar nos aliados após as cimeiras da NATO e do G7

Sem nunca o mencionar, a chanceler fez o balanço da participação de Donald Trump nos dois fóruns internacionais. "Nós, europeus, temos de agarrar as rédeas do nosso próprio destino", disse.

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Reuters/Jonathan Ernst

A Europa já não pode confiar totalmente nos seus aliados, disse neste domingo a chanceler alemã, comentando o resultado das cimeiras da NATO e do G7.

Angela Merkel não mencionou o nome do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que deixou críticas aos países da Aliança Atlântica e não se comprometeu com a aplicação do Acordo de Paris sobre alterações climáticas. Porém, disse em Munique que os dias em que a Europa sabia que os países podiam contar uns com os outros "terminaram".

"Comprovei isso nos últimos dias", disse Merkel. "E é por isso que só posso dizer que nós, europeus, temos de agarrar as rédeas do nosso próprio destino – mantendo, claro, a nossa amizade com os Estados Unidos, com o Reino Unido e na medida do que for possível com os outros países, mesmo com a Rússia". "Mas temos que saber que termos que ser nós a lutar pelo nosso futuro e pelo nosso futuro como europeus".

A cimeira do G7, que se realizou sexta-feira e sábado em Itália, foi testemunha das divergências entre Trump e os líderes da Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Canadá e Japão, sobre muitos temas, com os diplomatas europeus frustrados e a terem de regressar a assuntos que acreditavam já estarem encerrados.

Trump aceitou, na declaração final, o compromisso de combater o proteccionismo, mas recusou aceitar o Acordo de Paris dizendo que precisa de mais tempo para decidir.

Apesar das declarações da chanceler alemã, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse estar mais optimista agora do que em Novembro de 2016 sobre as relações entre Trump e a UE. "Estou seguro, apesar de certas coisas extraordinárias... expressões, comportamentos, etc., etc., de que os nossos parceiros no G7 são mais responsáveis do que dizia a primeira impressão, após as eleições nos EUA", disse Tusk.

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