Ariana Grande e o ataque após concerto em Manchester: “Não tenho palavras”

Polícia britânica confirma ainda cerca de 50 feridos na sequência de pelo menos uma explosão à saída de um espectáculo da cantora norte-americana.

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A polícia da Grande Manchester afirma através da sua conta oficial no Twitter que há "19 mortes confirmadas" e cerca de 50 feridos na sequência de um "incidente grave" ocorrido esta noite, no final de um concerto da cantora norte-americana Ariana Grande, naquela cidade do Reino Unido. As autoridades estão a tratar a situação como um "incidente terrorista" até prova em contrário. Após relatos de "explosões" no final do espectáculo (o número exacto de rebentamentos não é conhecido), a força policial pediu à população para não se aproximar da zona da Manchester Arena.

Segundo a empresa gestora do recinto de espectáculos, o "incidente" ocorreu à saída do espaço, já na via pública. De acordo com a Reuters, a Manchester Arena é a maior sala de espectáculos do género na Europa, com capacidade para 21 mil pessoas. O público do concerto desta noite era constituído sobretudo por crianças, adolescentes e os respectivos familiares. Um porta-voz de Ariana Grande afirma que a cantora se encontra bem. A artista escreveu mais tarde no Twitter que está "destroçada": "Do fundo do meu coração, lamento tanto, tanto. Não tenho palavras".

Um enorme dispositivo policial, incluindo elementos da brigada de minas e armadilhadas e agentes com cães, foi despachado para a zona. Foi ainda realizada uma detonação controlada de um objecto suspeito junto à Catedral de Manchester (mais tarde soube-se que o objecto em causa era apenas uma pilha de roupa abandonada que não representava qualquer perigo). Entretanto, os hospitais da cidade foram colocados em prevenção e os serviços de saúde da região pedem paciência aos utentes perante a mobilização de meios para aquela emergência. A circulação ferroviária na área foi suspensa. De acordo com o correspondente da BBC para asssuntos de segurança interna Daniel Sandford, a cúpula dos serviços britânicos de contraterrorismo está reunida em Londres.

A primeira-ministra britânica Theresa May reagiu ao incidente através de um comunicado enviando condolências às famílias das vítimas. "Estamos a trabalhar para estabelecer os detalhes totais daquilo que está a ser tratado pela polícia como um horroroso ataque terrorista", acrescentou ainda, citada pela comunicação social do Reino Unido. Fonte do Partido Conservador de May revelou ainda à Press Association que as acções de campanha para as eleições de Junho foram canceladas.

"Mal consigo descrever", conta ao Guardian Elena Semino, mãe de uma fã de Ariana Grande, que esperava pela filha junto à bilheteira quando ouviu uma explosão. "Senti calor no meu pescoço e assim que olhei em redor havia corpos por toda a parte", relata ao jornal britânico. Citado pela Press Association, um funcionário de um bar localizado nas imediações da sala de espectáculos disse ter visto pessoas ensanguentadas no chão. Ainda ao Guardian, uma espectadora, Hannah, disse ter escutado uma “explosão bastante grande" no recinto, e que o edifício "tremeu", tendo "toda a gente" gritado e tentado abandonar o local. “Quando saímos, muita polícia chegou à arena e toda a estação ferroviária de Victoria foi cercada pela polícia”, relatou ainda.

Nas redes sociais, estão a ser partilhadas imagens que mostram uma onda pânico no interior do recinto de espectáculos, presumivelmente após a explosão ouvida, mas que não acrescentam informações sobre a possível causa do rebentamento. A informação, de resto, tem estado a ser divulgada a conta-gotas pela polícia da Grande Manchester.

Também através das redes, e à imagem do que aconteceu recentemente perante outros incidentes do género, espalham-se pedidos e ofertas de transporte e alojamento para quem não consegue regressar a casa. A estação de Victoria, uma das principais da cidade, muito próxima da Manchester Arena, foi encerrada por precaução. No Twitter e no Facebook, estão também a ser partilhadas fotografias e mensagens de crianças que poderão ter-se perdido dos pais durante a onda de pânico desencadeada pelo incidente desta noite. Várias dezenas foram acolhidas num hotel da zona.

A norte-americana Ariana Grande, de 23 anos, actuava em Manchester no âmbito da sua mais recente digressão mundial, Dangerous Woman Tour. A cantora pop tem um espectáculo agendado em Lisboa, a 11 de Junho, no Meo Arena – não há até ao momento informação sobre um eventual cancelamento do concerto. Nomeada para quatro prémios Grammy e vencedora de quatro prémios MTV, é uma das interpretes com maior sucesso comercial da actualidade, sendo especialmente popular junto do público adolescente.

O incidente desta noite acontece a menos de três semanas das eleições legislativas no Reino Unido, para as quais o Partido Conservador da primeira-ministra Theresa May parte em vantagem sobre a oposição trabalhista de Jeremy Corbyn. 

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