História favorece o Benfica no primeiro assalto ao “36”

Os “encarnados” garantem a conquista do título se derrotarem o V. Guimarães. Nas últimas sete deslocações ao Estádio da Luz para o campeonato, os minhotos perderam sempre.

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Rui Vitória pede “coração e cabeça” para o jogo deste sábado ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Quase quatro décadas depois de o FC Porto de José Maria Pedroto retirar ao Benfica a possibilidade de garantir pela primeira vez na sua história a conquista de um tetracampeonato, os “encarnados” terão hoje a primeira de duas tentativas para alcançar uma proeza que os seus principais rivais (FC Porto e Sporting) já conseguiram. Para conquistar o quarto título consecutivo, o Benfica terá que derrotar hoje (18h15, BTV1), no esgotado Estádio da Luz, o V. Guimarães. E, apesar da valia do adversário, que matematicamente ainda pode apurar-se para a pré-eliminatória da Liga dos Campeões, a história favorece os “encarnados” no primeiro assalto ao “36”: nas últimas sete deslocações à Luz, os vimaranenses perderam sempre.

A 11 de Junho de 1978, quando, apesar da vitória do Benfica de John Mortimore frente ao extinto Riopele (4-1), o FC Porto presidido por Américo de Sá — Pinto da Costa era director do futebol — quebrou um longo jejum de 19 anos sem vencer um campeonato nacional, impossibilitando o Benfica de conquistar o seu primeiro “tetra”, Rui Vitória tinha completado oito anos há pouco mais de um mês. O técnico, benfiquista assumido, terá na memória a frustração dos “encarnados” pelo esfumar da possibilidade de acrescentar a insígnia no currículo, mas, apesar de 38 anos, 11 meses e três dias depois recair sobre os seus ombros a responsabilidade de liderar o Benfica para o inédito “tetra”, Vitória garante que consegue distanciar-se “da parte de adepto” e pede “coração e cabeça” para o duelo de hoje frente ao V. Guimarães. 

A possibilidade de entrar na história do Benfica, ao conquistar o 36.º título do clube, não retira o sono ao treinador ribatejano — “Durmo sempre entre sete e oito horas todos os dias, em termos de rotina, é tudo igual” —, mas Vitória sabe que o adversário, a equipa com o segundo melhor registo do campeonato fora de casa, será um obstáculo difícil de ultrapassar. “O Vitória está a crescer e quer marcar a sua época. Tenho noção da dificuldade que vamos ter pela frente. Uma equipa rotinada na forma de jogar, estabilizada no seu ‘onze’, com características interessantes no ataque rápido a que temos de estar atentos.”

Para o primeiro assalto ao “tetra” — se o Benfica perder com o V. Guimarães, continuará a depender apenas de si para conquistar o título —, Vitória conta com “um estádio com 60 mil” e uma “equipa capaz”: “É um jogo em que, jogando em nossa casa, estando próximos do final, queremos muito ganhar. Temos preparado os jogadores para viverem estes jogos com muita naturalidade.”

E, embora Rui Vitória tenha optado por manter em segredo as opções para o jogo de hoje, um dos jogadores que o técnico pode ter preparado ao longo da semana para regressar com muita naturalidade à titularidade é Salvio. Suplente em Vila do Conde, o extremo argentino foi decisivo na importante vitória sobre o Rio Ave — fez a assistência para o golo de Raul Jiménez — e pode recuperar o seu lugar no “onze”, relegando Rafa para o banco de suplentes. 

Com o quarto lugar garantido e o terceiro ainda matematicamente possível, o V. Guimarães apresentar-se-á na Luz praticamente sem baixas — o médio Celis, emprestado pelo Benfica, não pode jogar, por imposição dos regulamentos —, e Pedro Martins deverá apostar no mesmo “onze” que os vimaranenses apresentaram nas últimas três jornadas.

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