Macron pede investigação a “notícias falsas” e acusa supremacista branco norte-americano

Candidato centrista às presidenciais em França quer encontrar responsáveis pela divulgação de documentos aparentemente falsos, depois de uma referência implícita de Marine Le Pen.

Foto
Marine Le Pen e Emmanuel Macron vão disputar a segunda volta das presidenciais no domingo Eric Feferberg/Reuters

O candidato às presidenciais francesas Emmanuel Macron apresentou uma queixa no Ministério Público contra o rumor que tem circulado na Internet sobre a existência de uma conta bancária em seu nome num paraíso fiscal.

Os documentos que têm circulado nas redes sociais apresentam marcas que apontam para a sua falsidade, mas a existência desses papéis foi referida por Marine Le Pen durante o debate presidencial de quarta-feira.

Durante o debate, a candidata da extrema-direita disse esperar que não se venha a descobrir que Emmanuel Macron tem uma conta offshore nas Bahamas – uma referência que o candidato centrista considerou ser uma difamação. A sua adversária recusou essa acusação e respondeu que apenas tinha dito que "espera" que não se venha a descobrir a suposta conta bancária.

A queixa apresentada quinta-feira por Emmanuel Macron não é por difamação contra Marine Le Pen, mas sim para que o Ministério Público tente descobrir quem esteve na origem desse rumor, que os seus apoiantes consideram ser "fake news" (notícias falsas) com ligações ao movimento que ajudou a eleger Donald Trump nos Estados Unidos.

Nos documentos que circulam na Internet, o "M" que consta no campo da assinatura não é o da verdadeira assinatura de Emmanuel Macron, e o texto é uma mistura de legislação da ilha de Nevis e do estado norte-americano da Califórnia. Para além disso, a informação contida nos documentos indica que eles foram criados poucas horas antes de terem sido partilhados na Internet – um dado que põe em causa a afirmação do autor da partilha, segundo o qual esses documentos circularam entre "centenas de jornalistas franceses" sem que nenhum deles tenha escrito uma linha.

Segundo a campanha de Emmanuel Macron, a primeira vez que esses documentos apareceram online foi através da conta no Twiter de Nathan Damigo, um supremacista branco que costuma promover debates e que afirmou recentemente: "Nós, a alt-right, somos a razão da vitória de Trump." Damigo é também conhecido por ter agredido uma mulher durante um protesto anti-fascista na Universidade de Berkley e tem passado as últimas horas a negar a acusação da campanha de Emmanuel Macron com sarcasmo: "Quem, eu? Eu NUNCA interferiria numa eleição estrangeira. Lol."

Sugerir correcção
Ler 29 comentários