PSD, “o partido dos contras” segundo César

As previsões do Governo contam com o apoio de instituições externas, disse o líder parlamentar do PS à saída de Belém.

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O PS esteve reunido com o Presidente depois do PSD Nuno Ferreira Santos
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Carlos César falou aos jornalistas no final do encontro Nuno Ferreira Santos

O PS foi o segundo partido a ser recebido em Belém nesta ronda de audiências e aproveitou a oportunidade para garantir a estabilidade governativa e contrariar a narrativa anterior de Pedro Passos Coelho.

“Estamos num momento de transição económica, social e de planeamento em Portugal marcado pela recuperação do tempo perdido e de alteração de pressupostos restritivos que lançaram a economia portuguesa em dificuldades e tivemos de romper com essa herança negativa para recuperar a confiança”, afirmou Carlos César aos jornalistas.

Essa confiança, afirmou, é geral: existe “por parte dos consumidores, do cidadão em geral, dos empresários e inclusive por parte das entidades externas que monitorizam a política e economia portuguesas”. E os dois documentos que agora vão seguir para Bruxelas representam o “prosseguir desse caminho, com a ajuda dos aliados que apoiam o Governo”.

“Aquilo que este Programa de Estabilidade representa é a confirmação de um percurso com alguns aspectos de reorientação que advém quer dos sucessos obtidos, quer das dificuldades emergentes do contexto europeu”, afirmou César. Com a vantagem, acrescentou, de que agora as previsões do Governo contam com o apoio de instituições externas, “as mesmas que não acreditavam nas previsões do ano passado” e que elencou: FMI, Comissão Europeia, Conselho de Finanças Públicas e OCDE.

Mais um pretexto para criticar o PSD. “Se todas estas instituições, tão exigentes e tão díspares, reconhecem as qualidades da nossa governação e sobretudo os seus resultados, ficam apenas para trás o PSD e o CDS”. E do PSD, o PS espera mais. “Era bom que mostrasse que era útil a Portugal. Reduzir o PSD, como faz o dr. Passos Coelho, a um partido de contestação, a um partido dos contras, é muito pouco para a ambição que o PSD devia ter”, afirmou.

Quanto aos “aliados” do Governo, como Carlos César chama ao BE, PCP e PEV, está tudo tranquilo. As divergências que existem, de que a alteração dos escalões do IRS é um exemplo actual, são as que existiam e não põem em causa a estabilidade governativa.

“Independentemente de intensidades, independentemente da substância que nos pode dividir num ou noutro assunto, há algo que provamos ao longo deste tempo: uma grande consistência e uma grande vontade comum de levar por diante este projecto e de ter bons resultados com ele”, garantiu César.

 “O Programa de Estabilidade, o Plano Nacional de Reformas e o Orçamento do Estado para o próximo ano são momentos que reafirmam a estabilidade política e social, e o capital de esperança e de pujança económica e social que representa a gestão do actual governo”, afirmou.

César não quis comentar a intenção do CDS de levar a votação os dois programas agora aprovados, preferindo acentuar a sua visão: “Vamos provar uma vez mais aquilo que provamos no último ano: que é possível recuperar no plano social, apoiar as pessoas, capitalizar as empresas, cuidar do sector bancário, investir na economia e sociedade ao mesmo tempo que se preserva o bom equilíbrio das contas públicas”.

 

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