Adolescente com sarampo piorou e foi transferida para Lisboa

Jovem de 17 anos estava em Cascais, onde foi contaminada, mas o seu caso exigiu um quarto de isolamento e foi ontem transferida para Hospital de D. Estefânia.

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A vacinação deve ser feito até aos 12 meses RG Rui Gaudencio - Publico

Uma adolescente de 17 anos que foi contagiada com sarampo no Hospital de Cascais foi transferida para o Hospital de D. Estefânia, em Lisboa, devido ao agravamento do seu estado de saúde.

A transferência justifica-se com a necessidade de a adolescente estar num quarto com pressão negativa para garantir o isolamento, disse a directora do Hospital de Cascais, Eduarda Reis, ao PÚBLICO, já que esta é uma doença de contágio aéreo.

Esta manhã, Fátima Palmeiro, do gabinete de comunicação do Hospital D. Estefânia, confirmou que a jovem está internada desde ontem, mas não avançou com mais nenhuma outra informação sobre o estado clínico da doente. A notícia da transferência da adolescente foi avançada pelo Expresso no domingo à noite.

Segundo Eduarda Reis disse ao PÚBLICO no domingo à tarde, a jovem era a única dos seis doentes contamindos com sarampo naquele hospital que tinha sido internada, mas por outras razões que não o sarampo. A origem do contágio foi um bebé de 13 meses que não estava vacinado, informou ainda aquela médica. Como prevenção, o hospital fez imunizações aos contactos de risco mais próximos.

A adolescente e os quatro adultos também infectados, dois deles pediatras da unidade de saúde, terão sido contagiados no final de Março, mas confirmações com o resultado das análises chegaram este fim-de-semana a Cascais, acrescentou a directora. 

O vírus do sarampo é altamente contagioso, de transmissão aérea, e o período de incubação pode ir de dez a 15 dias, explicou Eduarda Reis. É uma doença que tem mais riscos para adultos e cujas consequências mais temidas são a encefalite, acrescentou. “Se as pessoas estiverem vacinadas, normalmente a doença manifesta-se de forma ligeira.”

As crianças devem vacinar-se aos 12 meses e depois aos cinco anos. O reaparecimento desta doença que estava praticamente erradicada desde 1994 em Portugal estará ligado às chamadas bolsas de crianças que não são vacinadas por opção dos pais. “Muitas vezes as pessoas optam por não vacinar os filhos e não sabem exactamente o que estão a fazer”, afirmou Eduarda Reis que defende uma campanha de vacinação mais agressiva.

Quando se confirmaram seis casos de sarampo em início de Abril, o director-geral da Saúde, Francisco George, disse que a Organização Mundial da Saúde (OMS) contabilizava mais de 500 casos de sarampo reportados só este ano na Europa, afectando pelo menos sete países.

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