"Deslocação da estrutura" no viaduto de Alcântara condiciona trânsito em Lisboa

Estrutura apresenta falha numa junta de dilatação. Trânsito está a ser desviado para a avenida de Brasília. Circulação dos comboios foi restabelecida.

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Problema está na junta de dilatação, no topo de um dos pilares Daniel Rocha
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Trânsito está a ser desviado para a Avenida de Brasília Daniel Rocha
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Inspectores estão no local a avaliar a estrutura Daniel Rocha
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Trânsito debaixo do viaduto deverá ser restabelecido ainda esta quarta-feira Daniel Rocha
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Intervenção deverá acontecer durante a noite desta quarta-feira Daniel Rocha

"Uma deslocação da estrutura" no viaduto de Alcântara, que liga Alcântara-Terra a Alcântara-Mar, junto às docas, está a condicionar o trânsito automóvel e ferroviário nesta quarta-feira de manhã. Durante as primeiras horas, foi "feita uma avaliação por parte dos técnicos", informou o vereador da Protecção Civil, Carlos Castro, que sublinhou que o perímetro de segurança colocado garante toda a protecção necessária. 

Manuel Salgado, vereador da Câmara Municipal de Lisboa, acrescentou, já depois de ser conhecida a avaliação dos peritos, que "não existe risco de derrocada" e sublinha que o viaduto tem "todos os requisitos de segurança", pelo que a intervenção que será feita - com o encaixe do tabuleiro - deverá ser suficiente para retomar a normal circulação já esta quinta-feira.

O alerta foi dado pelas 7h20, detalha fonte do Regimento dos Bombeiros Sapadores de Lisboa ao PÚBLICO. "Não há qualquer tipo de acidente rodoviário que tenhamos conhecimento", esclareciam os bombeiros, ainda antes das 9h, referindo que o problema estaria directamente relacionado com o viaduto.

No local, onde estão três viaturas dos Bombeiros Sapadores e dez operacionais — que, juntamente com as autoridades policiais, procedem às diligências para a identificação e resolução do corte de trânsito —, é possível verificar uma falha numa junta de dilatação, no topo de um pilar (ver imagem).

A circulação automóvel está cortada na Avenida da Índia, no sentido Belém-Cais do Sodré. O trânsito está a ser desviado para a Avenida de Brasília, uma paralela à Avenida da Índia, do lado do rio Tejo, por onde os automobilistas conseguem chegar até ao Cais do Sodré. No entanto, a circulação está a fazer-se de forma muito lenta pela marginal.

No local, a Polícia Municipal diz que também os comboios estão impedidos de circular na zona. Até meio da manhã, os comboios da linha de Cascais só circularam até Algés, provocando uma aglomeração de passageiros em grande número junto à paragem do eléctrico 15, que faz a ligação com a Baixa de Lisboa (última paragem: Praça da Figueira).

Por volta das 10h30 a circulação dos comboios foi restabelecida, mas os comboios circulam com uma velocidade mais baixa do que o normal, detalhou ao PÚBLICO fonte da Comboios de Portugal (CP).

Para contornar o problema provocado pelo corte na circulação de comboios, a Carris deverá, nas próximas horas, pôr autocarros a fazer a ligação no percurso interrompido, com partida de Algés e destino ao Cais do Sodré. Neste ponto da cidade, também há uma multidão à espera de autocarros e eléctricos da Carris na direcção de Alcântara.

No local, uma equipa de técnicos esteve a observar a estrutura, tendo já estado junto à zona onde se deu a deslocação do pavimento, em cima do viaduto. Foi também utilizada uma plataforma elevatória para observar a zona em proximidade.

Estrutura é provisória há mais de 40 anos

O viaduto que atravessa a linha de Cascais é, na realidade, uma estrutura provisória. No entanto, o seu carácter temporário já se prolonga há mais de quatro décadas. Em 2005, a Câmara Municipal de Lisboa, à data presidida por Pedro Santana Lopes, efectuou uma intervenção à infra-estrutura. "Depois desta obra, o viaduto pode ser provisório durante mais trinta anos", afirmava Pedro Santana Lopes. O à data autarca acrescentaria ainda que, enquanto cidadão de Lisboa, esperava que não fosse essa a opção.

Passaram 12 anos desde essas declarações. Esta quarta-feira quer a Câmara Municipal de Lisboa, quer as Infraestruturas de Portugal reforçaram que não está prevista a substituição do viaduto, garantindo que cumpre todas as condições de segurança. 

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