Hungria aprova detenção de imigrantes em campos na fronteira

Viktor Orbán disse que o país tem se defender, pois os imigrantes são "um cavalo de Tróia para o terrorismo".

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Viktor Orbán, o primeiro-ministro nacionalista e populista da Hungria, esteve esta terça-feira numa cerimónia com os guardas de fronteira EPA

A Hungria aprovou nesta terça-feira um plano para deter imigrantes e refugiados em campos junto das suas fronteiras, um passo que as Nações Unidas diz violar a lei da União Europeia e que terá um "impacte físico e psicológico terrível" nos que procuram asilo político.

A medida, aprovada pelo Parlamento, diz que a decisão será aplicada aos recém-chegados e aos que já pediram asilo, e diz também que será apertado o controlo nas fronteiras que têm sido um dos principais pontos críticos da crise migratória iniciada em 2015. Os deputados aprovaram a lei por 138 votos – houve seis contra e 22 abstenções. Trata-se de voltar a aplicar uma medida que tinha sido cancelada em 2013, por pressão da UE e da ONU.

Os imigrantes serão, a partir de agora, reunidos em campos em "zonas de trânsito" junto da fronteira com a Sérvia e a Croácia, e ali permanecerão até haver uma decisão sobre os pedidos de asilo.

Segundo a Reuters, citando o Ministério do Interior, a decisão afecta pelo menos 586 pessoas – desde Janeiro entraram na Hungria 345 pessoas. Em 2016, no auge da crise migratória, entraram na Turquia 29.430 imigrantes, tendo a maior parte deles seguido para outros países da UE.

Em Fevereiro, o Governo do primeiro-ministro populista e nacionalista, Viktor Orbán, anunciara que iria reintroduzir a medida, apesar da oposição da União Europeia – a que o país pertence. Além disso, declarou que iria dotar os campos de contentores adaptados a residências, de forma a albergar os imigrantes.

Orbán justificou esta decisão dizendo que a Hungria tem de agir para se defender e classificou o fluxo de imigrantes – muitos deles refugiados de conflitos no Médio Oriente e em África – como "um cavalo de Tróia do terrorismo".

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