Marcelo coloca-se ao lado de Costa na defesa de Centeno

Até encontrar "alguma coisa assinada" por Mário Centeno que prove o contrário, o Presidente acredita que o ministro defendia que gestores da CGD deviam entregar declarações ao Tribunal Constitucional.

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Depois de almoço com deficientes adultos, Marcelo falou sobre CGD LUSA/MÁRIO CRUZ

Mário Centeno esteve ontem no centro das críticas do debate quinzenal, que levou o primeiro-ministro ao Parlamento, mas não tem razões para se sentir diminuído. Tanto António Costa, no plenário, como o Presidente da República, perante os jornalistas, assumiram a defesa do ministro das Finanças, sem deixarem dúvidas. Costa foi curto e claro: “O ministro das Finanças não mentiu”. Marcelo foi mais explicativo: "Ou há um documento escrito pelo senhor ministro das Finanças em que ele defende uma posição diferente da posição do primeiro-ministro ou não há. Se não há, é porque ele tinha a mesma posição do primeiro-ministro, para mim é evidente", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República foi interpelado pelos jornalistas que o acompanharam durante a visita ao lar "O Telhadinho", do CEDEMA, em Famões, e após um almoço com deficientes adultos no âmbito do projecto Cozinha com Todos. Depois de ser questionado sobre se o ministro das Finanças deve explicar se aceitou ou não dispensar o anterior presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), António Domingues, de entregar as declarações de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional, Marcelo mostrou total confiança em Centeno.

"Foi sempre evidente para mim, para o primeiro-ministro, para o Tribunal Constitucional. Até encontrar alguma coisa assinada pelo ministro das Finanças que diga uma coisa diferente, para mim o ministro das Finanças tinha a mesma opinião do primeiro-ministro", disse o Presidente da República. Marcelo sublinhou ainda que o primeiro-ministro sempre lhe assumiu que a posição do Governo nessa matéria era a de que os gestores teriam que entregar as declarações de rendimentos conforme prevê a lei, de 1983. "Não há nada", de que tenha conhecimento, "assinado pelo primeiro-ministro ou pelo ministro das Finanças, "defendendo uma posição" contrária, o que, considerou, "seria impensável".

No final da visita à instituição de apoio a deficientes mentais, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "entrava pelos olhos dentro" que a lei determinava as obrigações de transparência. "Com o devido respeito por aqueles que não viram isso, para que é que era preciso esperar por uma declaração do Tribunal Constitucional quando a lei era evidente?", questionou.

O assunto foi levado na quarta-feira ao Parlamento pelo PSD e pelo CDS-PP, que confrontaram o primeiro-ministro com um artigo do jornal online Eco revelando uma carta de António Domingues ao ministro Mário Centeno, de Novembro, segundo a qual haveria um compromisso dispensar os ex-gestores de entregarem a declaração ao Tribunal Constitucional.

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