Contra o “obscurantismo”, Macron abre França a cientistas e empresários dos EUA

"Quero que todos aqueles que representam hoje a inovação e excelência nos Estados Unidos ouçam: a partir de agora, a partir de Maio próximo, terão uma nova pátria, a França", declarou o candidato presidencial gaulês.

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Macron esteve em Lyon Reuters/ROBERT PRATTA

Fê-lo sem nomear Donald Trump, o controverso e novo presidente dos Estados Unidos. Mas, mesmo assim, a mensagem foi clara. O candidato presidencial francês Emmanuel Macron, que diz não ser "nem de esquerda nem de direita", dirigiu-se no seu discurso aos cientistas, académicos e empresários norte-americanos que estejam em desacordo com administração Trump, e desafiou-os a mudarem-se para França.

Segundo uma reportagem da Reuters em Lyon, onde o ex-ministro da Economia discursou, o candidato fez mesmo um “apelo solene” aos investigadores, aos académicos e às empresas que estão, neste momento, a lutar contra o “obscurantismo” e que estão com “medo” para se juntarem à terra da inovação que, afirmou, a França quer ser.

"Quero que todos aqueles que são hoje a inovação e excelência nos Estados Unidos ouçam: a partir de agora, a partir de Maio próximo, terão uma nova pátria, a França", declarou, desafiando-os a procurar refúgio do outro lado do Atlântico.

Em causa estão os cientistas, académicos ou empresários que trabalhem nas áreas das alterações climáticas, das energias renováveis ou da saúde e que estejam apreensivos com as políticas defendidas pelo novo Presidente norte-americano, Donald Trump.

Têm sido várias as polémicas que envolvem Trump, desde que tomou posse (bem como durante a campanha). Nestas áreas, e entre outras ideias, o republicano já afirmou, por exemplo, que duvidava da influência humana nas alterações climáticas. E chegou mesmo a dizer que a tese das alterações climáticas não passava de uma "invenção" da China para retirar produtividade à economia dos Estados Unidos.

Mas não foi só nesta matéria que mostrou querer reverter as políticas do seu antecessor, Barack Obama. O mesmo se passa na saúde, com o já iniciado processo de revogação do “Obamacare”, o sistema de assistência de saúde que foi uma bandeira da presidência de Obama. A administração Trump também se mostra mais favorável à indústria do petróleo e do gás, e menos generosa em relação aos produtores de renováveis, do que o anterior Presidente.

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