EUA vão aplicar sanções a dezenas de entidades iranianas

Segundo a Reuters, as sanções, referentes aos testes de mísseis balísticos do Irão, deverão ser conhecidas até esta sexta-feira.

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Reuters/RAHEB HOMAVANDI

Os Estados Unidos deverão impor sanções a várias entidades iranianas até esta sexta-feira em resposta ao recente teste de mísseis balísticos de Teerão, noticia a Reuters citando fontes com conhecimento da matéria.

A medida deverá também ser aplicada de forma a não violar o acordo nuclear assinado com o Irão pela Administração Obama em 2015, no qual Teerão se comprometeu a reduzir o seu programa nuclear em troca de alívio nas sanções económicas. Uma das fontes, falando sob condição de anonimato, especifica que oito entidades iranianas vão ser sancionadas, ou “designadas”, segundo o termo técnico jurídico americano, por actividades relacionadas com terrorismo, e cerca de 17 por actividades relacionadas com mísseis balísticos. A decisão partirá de duas ordens executivas diferentes. A fonte citada não quis revelar os nomes das organizações que serão alvo da resposta da Administração Trump.

As fontes acrescentam que as sanções estavam já a ser preparadas há algum tempo mas os recentes testes balísticos apressaram a decisão do Presidente Donald Trump em aplicá-las.

É provável que as novas sanções tenham pouco, ou nenhum, efeito prático nas entidades iranianas, empresas americanas ou indivíduos que são, com poucas excepções, impedidos de negociar com o Irão.

A medida será colocada em prática através de duas ordens executivas, onde se congelam os activos americanos de entidades ou indivíduos que cometeram, ameaçaram cometer ou apoiaram o terrorismo e de proliferadores, ou de apoiantes, de armas de destruição maciça.

Como explica a Reuters, citando o analista Robert Einhorn, e tendo em conta a longa história de sanções impostas pelos EUA ao Irão desde a revolução islâmica em 1979, é pouco provável que existam activos sob a jurisdição americana a serem bloqueados. No entanto, a medida ordenada por Trump pode ter um efeito dissuasor em relação a empresas estrangeiras que queiram negociar com as entidades iranianas designadas nas ordens executivas.

A Casa Branca anunciou que colocou o Irão “sob aviso”, por ter testado mísseis balísticos e está a avaliar como responder.

“A partir de hoje, estamos oficialmente a pôr o Irão sob aviso”, declarou na quarta-feira Michael Flynn, conselheiro de segurança nacional de Trump, na sua primeira aparição à imprensa na Casa Branca.

Flynn qualificou o teste balístico como “provocador” e citou igualmente um ataque a um navio saudita por militantes hutis, aliados de Teerão, criticando o “comportamento desestabilizador do Irão no Médio Oriente”.

O Irão confirmou que testou um novo míssil, mas defende que não violou o acordo. O país fez vários testes deste tipo desde o acordo de 2015, mas este foi o primeiro desde que Trump assumiu a Presidência.

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