Ministro da Defesa prevê que cursos dos Comandos regressem em Abril

Azeredo Lopes afirma ser possível reabrir o curso, que terá uma “nova abordagem do processo de treino e formação”.

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Azeredo Lopes disse que não impede que os cursos sejam retomados feita a avaliação ao que correu mal Miguel Manso
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Azeredo Lopes hoje no Parlamento LUSA/TIAGO PETINGA

O ministro da Defesa Nacional prevê que os cursos de Comandos possam ser retomados em Abril, depois de implementadas todas as medidas de reforço da avaliação médica para admissão ao curso que foram anunciadas pelo Exército esta quarta-feira.

José Azeredo Lopes, que falava aos jornalistas no Parlamento no final de uma audição na comissão de Defesa, congratulou-se com o facto de todos os prazos definidos para o processo terem sido cumpridos até agora”. “Com esta nova abordagem do processo de treino e formação”, disse o ministro, “quando as medidas hoje anunciadas tiverem sido executadas, nada obstará, em princípio, a que se retomem os cursos de Comandos, que eu prevejo que possa ser a partir de Abril”, especificou.

Questionado sobre se as medidas anunciadas nesta quarta-feira pelo Exército, em comunicado, o governante salientou não ser possível garantir que as novas regras, que pressupõem a realização de três níveis de exames em cada uma das três fases de avaliação clínica, durante o processo de candidatura, permitirão evitar casos como os do Verão passado que levaram à morte de dois instruendos.

Os aspirantes às forças de elite do Exército português passarão a ter de ser sujeitos a exames médicos antes de integrarem os cursos que lhes podem abrir portas aos Comandos, aos Pára-quedistas e às Operações Especiais. Os exames destinam-se a despistar problemas de natureza cardiológica ou ortopédica. A reavaliação e alteração das provas de classificação e selecção para admissão às tropas especiais vem na sequência das recomendações da Inspecção Técnica Extraordinária realizada pela Inspecção-Geral do Exército ao 127º Curso de Comandos na sequência das mortes do ano passado.

Azeredo Lopes disse que ainda não se sabe “a que se deveram exactamente” as duas mortes e defendeu ser “precisa muita cautela quando se parte de pressupostos” para fazer estas análises.

O processo disciplinar no seio do Exército está quase concluído, uma vez que vários militares já foram notificados da decisão, mas o processo nas mãos do poder judicial ainda não, recordou o ministro. Considerou essencial que “a morte daqueles dois jovens não fique sem uma resposta”. Mas para isso é preciso analisar “todos os factos que se verificaram naquele dia” e os respectivos procedimentos. E é isso que o Exército tem feito, vincou o ministro, dando como exemplo a suspensão de novos cursos e a correcção dos referenciais do processo de formação dos comandos, nomeadamente as exigências de saúde.

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