Presidência junta escritores e escolas em Belém

É uma espécie de 3 em 1: incentivar a leitura, conhecer a Presidência da República e promover o sucesso escolar. Às terças-feiras, alunos do Básico e Secundário vão a Belém conversar com escritores e Marcelo pode aparecer.

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A Presidência da República quer promover a leitura Miguel Manso
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É a segunda vez que o Palácio de Belém abre a porta aos livros Miguel Manso
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Em Setembro, Marcelo organizou a Festa do Livro Miguel Manso
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O jardim e o Palácio foram "invadidos" por 25 mil pessoas Miguel Manso

Às terças-feiras, nas próximas semanas, o Palácio de Belém vai abrir portas para um público muito especial. Numa iniciativa inédita, a Presidência da República junta escritores de livros infanto-juvenis com alunos do Ensino Básico e Secundário para uma conversa em torno dos livros recomendados pelo Plano Nacional de Leitura. Depois visitam o palácio, o museu e podem ter a sorte de conversar com Marcelo Rebelo de Sousa, que aparecerá sempre que a agenda lhe permitir.

Escritores em Belém é a primeira iniciativa virada especialmente para a Educação deste mandato presidencial. A ideia foi posta em prática por Isabel Alçada, assessora do chefe de Estado para a Educação, ela própria autora de obras viradas para o público jovem. Já aderiram 30 escritores e mais de 250 escolas, públicas, privadas e cooperativas, mas apenas 60 vão poder participar nesta primeira ronda, este ano lectivo.

“Fizemos o programa e convidamos os escritores cujos livros estão recomendados pelo Programa Nacional de Leitura para os vários níveis educativos e em função daqueles que puderam aceitar – e foram quase todos, excepto os que não estavam em Portugal”, explicou ao PÚBLICO Isabel Alçada.

Entre os escritores participantes estão nomes como António Torrado, Ana Magalhães, José Jorge Letria, Afonso Cruz, Miguel Sousa Tavares, Alice Vieira, Afonso Reis Cabral, Lídia Jorge, Valter Hugo Mãe ou Inês Pedrosa. Autores que escrevem para todas as idades, mas cujas obras para o público mais jovem estão em destaque nesta iniciativa. A lista, vasta, foi organizada em grupos para cada ciclo escolar: 1º e 2º anos num grupo, 3º e 4º noutro, sendo os restantes compostos pelo 2º ciclo, 3º ciclo e secundário.

Depois, foi comunicado às escolas o calendário de escritores de acordo com os vários níveis de ensino, para que elas se pudessem inscrever neste programa. A iniciativa foi organizada com a Rede de Bibliotecas Escolares, com os coordenadores interconcelhios das bibliotecas e com os professores bibliotecários.

Em cada terça-feira, até finais de Maio, realizam-se duas sessões, cada uma com duas turmas do mesmo nível escolar, participando cerca de 120 alunos por dia. A iniciativa contará com a presença de escolas de todo o país (excepto Regiões Autónomas), tanto do ensino público como privado e cooperativo, que asseguram as deslocações à casa do Presidente.

As escolas, antes de participarem, têm de ler a obra do escritor com quem vão estar, mas na sala de aula, para garantir que a leitura é feita e que os alunos estão motivados, conhecem a história, os personagens, um poema. A escolha da obra em particular cabe às escolas porque, como diz Isabel Alçada, “as obras constantes do Plano Nacional de Leitura são listas abertas e a leitura é um acto de liberdade”.

O Presidente da República estará presente sempre que possível. Nesta primeira terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa acompanhará parte do encontro com Luísa Ducla Soares, às duas da tarde. Pouco depois, o Parlamento reúne-se em plenário para receber o primeiro-ministro no primeiro debate quinzenal do ano, durante o qual será discutido o tema quente do momento, a redução da Taxa Social Única.

A sessão com Luísa Ducla Soares, que estava agendada para a semana passada, foi remarcada na sequência do luto nacional pela morte de Mário Soares. Já a conversa com Júlio Isidro, também marcada para a última terça-feira, aguarda o reagendamento.

Além da conversa com os escritores, a deslocação inclui uma visita guiada ao Palácio de Belém, fazendo desta iniciativa também uma aproximação aos valores da República, da democracia e ao papel do chefe de Estado. Os alunos vão receber uma brochura sobre o Palácio de Belém, tudo na lógica da proximidade da Presidência, já iniciada com a abertura do Palácio ao povo uma vez por mês e da Festa do Livro que se realizou no Verão.

“Isto também dessacraliza o Presidente da República, que como toda a gente sabe gosta de livros e estará presente sempre que possível”, explica Paulo Magalhães, chefe do gabinete de comunicação da Presidência.

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