Autoridades investigam suspeito com ligação a atacante de Berlim

Tunisino foi detido por fraude ao sistema social mas é investigado por contactos com Anis Amri.

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Flores e velas para as vítimas do ataque na Breitscheidplatz, em Berlim HANNIBAL HANSCHKE/Reuters

Um tunisino de 26 anos foi detido em Berlim por fraude à segurança social enquanto a polícia tenta determinar se teria sido cúmplice do atentado a um mercado de Natal em Berlim no dia 19 de Dezembro. O detido jantou com Anis Amri, também tunisino, de 24 anos, na véspera de este lançar um camião contra um mercado de Natal em Berlim matando 12 pessoas.

“Suspeita-se que soubesse dos planos e provavelmente tenha ajudado Anis Amri”, disse uma porta-voz do Ministério Público citada pelo diário Tagesspiegel, e está assim a ser investigado por possível participação no ataque.

Não há, no entanto, provas para fazer uma acusação, acrescentou a responsável, e as autoridades estão a analisar equipamento de comunicação encontrado com o suspeito, detido num centro de acolhimento a refugiados, e ainda um terceiro homem cujo apartamento também em Berlim foi alvo de buscas. 

As autoridades de Berlim indicaram entretanto que a detenção tem como base fraude do suspeito para conseguir benefícios sociais. 

Anis Amri acabou por ser morto em Milão, quatro dias depois. Foi interpelado pela polícia, de modo rotineiro - os agentes não sabiam que o suspeito do atentado de Berlim estava em Itália. Quando um dos polícias lhe pediu a identificação, ele tirou a arma que tinha para disparar, e o segundo polícia matou-o. Só depois se soube que se tratava de Anis Amri.

O ministro do Interior, Thomas de Maizière, publicou na véspera um artigo no Frankfurter Allgemeine Zeitung defendendo melhor coordenação federal para casos de suspeitos de terrorismo e ainda mais celeridade no repatriamento de pessoas a quem o estatuto de refugiado tenha sido rejeitado - que foi o caso de Anis Amri, que se mantinha na Alemanha porque a Tunísia não tinha enviado ainda os seus documentos (chegaram a Berlim dois dias depois do ataque).

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