Violas Ferreira querem unir-se ao consórcio Apollo/Centerbridge na corrida ao Novo Banco

O consórcio Apollo/Centerbridge pode vir a melhorar a sua oferta com a entrada dos portugueses no grupo.

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Os Violas Ferreira são o único grupo português a poder vir integrar a corrida ao Novo Banco, mas estes querem reforçar a presença de mais grupos nacionais patricia martins/arquivo

A Holding Violas Ferreira (HVF), maior accionista português do BPI, quer evitar que a banca portuguesa passe quase na totalidade para as mãos de investidores estrangeiros mostrando agora vontade em juntar-se ao consórcio Apollo/Centerbridge na corrida à compra do Novo Banco. A notícia é avançada pelo Jornal de Negócios, na edição desta terça-feira.

A HVF terá aberto a possibilidade de se juntar aos norte-americanos devido à sua saída do capital do BPI, diz o Negócios, mas também para injectarem sangue português no sistema bancário que cada vez mais é dominado por entidades internacionais. “A HVF tomou a iniciativa de abordar a Apollo/Centerbridge porque não nos conformamos com a passagem da quase totalidade do sistema bancário português para as mãos de estrangeiros, que defendem os seus próprios interesses”, afirmou Tiago Violas Ferreira, administrador da holding, citado por aquele jornal.

Esta união dos portugueses ao consórcio dos private equities norte-americanos Apollo e Centerbridge depende da aprovação do Banco de Portugal, a autoridade de resolução do Novo Banco e liderado por Carlos Costa, que terá que dar o aval a quaisquer tipos de alterações que sejam feitas nos consórcios concorrentes à compra do banco.

Na semana passada, o PÚBLICO apurou junto de fontes ligadas ao sector financeiro que o Fundo de Resolução, o dono do Novo Banco presidido por António Ramalho, ainda não apresentou ao Governo uma recomendação de venda do controlo do Novo Banco a uma entidade concreta. Continuam as três propostas dos grupos Minsheng, Lone Star e Apollo/Centerbridge em cima da mesa, contudo o prazo estreita-se.

A proposta dos chineses Minsheng era a mais favorável, contudo ainda não apresentou as garantias financeiras exigidas pelo Banco de Portugal, pelo que se encontra quase fora da corrida, diz o Negócios. A compra disputa-se agora praticamente entre os dois norte-americanos Lone Star e o consórcio Apollo/Centerbridge. Este último estará agora em vias de reforçar a sua oferta com a eventual aliança com os portugueses Violas Ferreira.

Até agora são o único grupo português a poder vir integrar a corrida ao Novo Banco, mas os Violas Ferreira terão contactado mais grupos nacionais. “Esperamos criar um grupo português de maior dimensão, mas para já respondemos por nós próprios”, refere Tiago Violas Ferreira ao mesmo jornal.

Assim sendo, esta é uma semana crucial para a venda do Novo Banco, sendo que o Banco de Portugal terá de proceder à revisão final das propostas até 4 de Janeiro, quarta-feira, dia em que termina a validade da proposta da Lone Star. 

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