Twitter suspende contas de três responsáveis da Al-Qaeda

Um dos visados pela medida foi o líder espiritual Abu Qatada, cujas mensagens tinham a ver sobretudo com a guerra na Síria.

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Abu Qatada NEIL HALL

A conta de Twitter do líder espiritual da Al-Qaeda, o jordano Abu Qatada, e as de dois outros responsáveis do grupo, Abu Mahammad al-Maqdisi e Al-Siba'i, foram suspensas. Segundo Cole Bunzel, especialista em jihadismo da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, citado pelo The Guardian, as três contas alojadas naquela rede social tinham, no conjunto, centenas de milhares de seguidores e eram usadas várias vezes por dia. As mensagens publicadas tinham a ver, grande parte das vezes, com a guerra na Síria ou ataques verbais contra o Daesh, o autodenominado Estado Islâmico.

O perito ouvido pelo Guardian explica que o Twitter tem tido uma política muito mais restritiva em relação aos apoiantes do Daesh do que face aos da Al-Qaeda, o que levou os primeiros a optar por outras redes sociais ou sistemas de mensagens alternativos. “O foco [do Twitter] tem sido o Estado Islâmico”, disse Bunzel, adiantando que as três figuras da Al-Qaeda agora visadas não usam habitualmente as suas contas para ataques ao Ocidente.

Não houve nenhuma explicação oficial por parte do Twitter sobre esta medida que, aparentemente, não afectou os seguidores dos três responsáveis, mesmo os que mais frequentemente reproduziam os seus tweets. “[Essas pessoas] continuam online, continuam a comunicar”, confirmou Bunzel.

A política daquela rede social relativamente a estas situações é a de não fazer comentários sobre contas privadas, mas um porta-voz esclareceu o posicionamento: “Condenamos o uso do Twitter para promover o terrorismo e as regras do Twitter deixam claro que este tipo de comportamento, ou qualquer ameaça violenta, não é permitido no nosso serviço.” E adiantou que só desde meados de 2015 foram suspensas, por estas razões, “mais de 360 mil contas […] sobretudo ligadas ao Estado Islâmico”.

Qatada foi deportado do Reino Unido para a Jordânia em 2013 e nos últimos três anos conquistou uma larga audiência de seguidores no Twitter. Maqdisi é também considerado um dos mais influentes teólogos radicais vivos. 

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