Há reality shows em que já vale quase tudo. Na Rússia está a ser preparado um em que os organizadores dizem que vai valer mesmo tudo, em “tudo é permitido”: “lutar, beber, matar, violar, fumar, tudo”. Os concorrentes têm de assinar um termo de responsabilidade em que reconhecem o perigo de vida que correm ao participar.

No entanto, e apesar das muitas adversidades que vão enfrentar – de possíveis encontros com animais selvagens a uma meteorologia muito adversa –, este será apenas mais um programa em que os concorrentes testam ao limite as suas capacidade de sobrevivência.

Se por um lado os organizadores anunciam o novo reality show como uma réplica real dos livros e dos filmes da saga Os Jogos da Fome, por outro sublinham que o programa será monitorizado por agentes da polícia, que vão assegurar o cumprimento da lei. Ou seja: “lutar”, “beber” e “fumar” passa; “matar”, “violar”, “tudo”, não.

Os 30 concorrentes podem levar até cem quilos de equipamento, incluindo catanas (mas não pistolas), e pedir novas ferramentas aos espectadores todas as semanas, tal como na ficção, para os nove meses que passarão num bosque da Sibéria. As temperaturas podem atingir os 30 graus negativos, há ursos, cobras, cogumelos venenosos.

Os candidatos têm de ser maiores de idade, mentalmente sãos e podem ser de qualquer nacionalidade. Serão preparados por ex-militares da tropa de elite russa, a GRU Septznaz, uma vez que qualquer ajuda estará a pelo menos três quilómetros de distância. O vencedor receberá um prémio de cerca de 1,6 milhões de euros.

“Duas mil câmaras, 900 hectares, 30 vidas”. Os autores do programa dão-lhe um carácter épico, que os espectadores vão poder acompanhar permanentemente. Mas não haverá operadores nem técnicos por perto: as imagens serão captadas por câmaras nas árvores e por câmaras individuais que cada concorrente carregará consigo.