Dívida deve ser paga em escudos, defende Carvalhas

Ex-líder defende renegociação da dívida pública “impagável”. E ironiza: “são os matemáticos” que o “demonstram” que “deverão ter a culpa”.

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Carlos Carvalhas na tribuna do XX Congresso Enric Vives-Rubio
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A dívida pública portuguesa deve ser transferida para o “direito português” de modo a que “seja paga não em euros mas em escudos”, defendeu Carlos Carvalhas ao intervir este sábado no XX Congresso do PCP, em Almada. Uma posição que pressupõe uma outra premissa do discurso do PCP sobre a política financeira, a preparação da saída do euro, aspecto que não foi referido pelo ex-secretário-geral. Mas Carvalhas deu um passo em frente na assunção explícita de que Portugal deve abandonar a moeda única, como forma de recuperar a sua "soberania monetária".

Centrando-se na abordagem da posição do PCP sobre a renegociação da dívida, Carlos Carvalhas perguntou: “Quantos mais anos serão necessários para se retirar as devidas ilações?” Isto depois de ter defendido que Portugal vive uma “soberania limitada” e uma “asfixia” económica pela imposição do “garrote da dívida”. E sustentou que, “tendo perdido a soberania monetária”, Portugal está “nas mãos do BCE”.

Carvalhas analisou as razões do crescimento da dívida pública portuguesa afirmando que “o que mais pesou” nessa dívida “foi a irresponsabilidade do BCE”. Outro factor apontado foi a “drenagem dos dinheiros públicos” para a banca. Neste domínio referiu: “Os sucessivos e estrondosos escândalos na banca, cuja factura pagámos e continuamos a pagar”.

De seguida, lembrou que ao longo dos últimos anos Portugal pagou 82 mil milhões de juros, ao ritmo anual de oito mil milhões. E frisando que o PCP há muito defende a renegociação da dívida, disse: “Foi-nos dito pelas luminárias do PSD que não era altura.”

“Temos sido atacados por defender que a dívida é impagável”, afirmou o ex-líder do PCP, recorrendo à ironia. E citando nomes como Pitágoras e Pascal, atirou: “São os matemáticos que demonstram que a dívida é impagável que deverão ter a culpa.”  

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