Facebook promete mais acções contra notícias falsas

Mark Zuckerberg diz que está a levar a sério este problema “complexo, tanto em termos técnicos como filosóficos”.

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Zuckerberg anuncia várias medidas concretas contra a disseminação de notícias falsas pela rede social MARIANA BAZO/Reuters/

O presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou novos passos na luta conta a disseminação de notícias falsas pela rede social, garantindo que “a desinformação é levada a sério” na sua empresa.

“Sabemos que as pessoas querem informação correcta”, escreveu Zuckerberg no Facebook. “Há muito tempo que estamos a trabalhar neste problema e vamos continuar”, declarou, comentando ainda que o problema é “complexo, tanto em termos técnicos como filosóficos”.

A empresa quer “dar voz às pessoas” e por isso tende a pecar por deixar as pessoas partilhar o que querem quando possível e não por restringir demasiado os conteúdos, declarou ainda, repetindo que a vasta maioria da informação partilhada é verdadeira.

Zuckerberg já tinha afirmado que não queria que fosse o próprio Facebook a fiscalizar as notícias falsas. “Queremos antes contar com a comunidade e entidades terceiras em quem confiamos.” Assim, a empresa contactou organizações respeitadas de fact-checking, adiantou Zuckerberg, sem especificar. “E vamos contactar mais.”

O Facebook está ainda a estudar modos de dificultar o lucro com notícias falsas, já que “muita da desinformação vem de spam com motivos financeiros”, disse o presidente executivo. Em conclusão: “algumas destas ideias vão funcionar bem, outras não”, mas “estamos empenhados em conseguir”.

A questão da desinformação assumiu importância acrescida com a vinda a público de pessoas que lucram com esta actividade contando como disseminaram notícias falsas esperando que fossem desacreditas, sem isso nunca acontecer, e admitindo que possam ter influenciado o resultado das eleições a favor do candidato Donald Trump.

Zuckerberg tinha antes classificado esta ideia de que as notícias falsas pudessem ter tido algum poder na votação como “um disparate”, embora prometendo lutar contra o fenómeno. Mas um grupo de pessoas dentro da empresa não partilhou da mesma opinião e começou a trabalhar num modo de o combater.

Estes funcionários argumentam que o Facebook também retira muito conteúdo que viola as condições de utilização, como por exemplo a nudez. Por vezes com controvérsia, como foi o caso da eliminação da fotografia que ganhou o Pulitzer em 1973 e mostrava os efeitos de uma bomba de napalm lançada pela aviação americana no Vietname, com uma série de crianças a fugir, incluindo uma menina nua. Confrontado com uma reacção em massa, os responsáveis por essa área da empresa reverteram a decisão e autorizaram a partilha da fotografia.

Isso aconteceu depois de o Facebook ter afastado a equipa que supervisionava as notícias mais populares, deixando a tarefa a um sistema baseado num algoritmo.

Na quinta-feira, o Presidente dos EUA, Barack Obama, disse que a desacreditação das organizações de notícias e a desinformação ameaça as instituições e a democracia. “Se tudo parece ser o mesmo e não forem feitas distinções”, disse, “não saberemos por que lutar”, cita o diário britânico The Guardian. “E podemos perder tanto do que temos vindo a ganhar em termos de liberdades democráticas e economia baseada no mercado e prosperidade que temos vindo a dar como adquiridas”.

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