Yellen diz que subida de taxa de juro pode acontecer “relativamente cedo”

Declarações da presidente da Reserva Federal reforçam expectativa de que se irá entrar num período de políticas monetárias mais restritivas.

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Janet Yellen falou esta quinta-eira ao congresso dos EUA AFP/WIN MCNAMEE

O cenário de um regresso a uma política monetária mais restritiva nos Estados Unidos ficou esta quinta-feira ainda mais próximo depois da presidente da Reserva Federal confirmar aquilo que é a expectativa generalizada nos mercados em relação ao rumo das taxas de juro.

A falar numa audição realizada no congresso dos Estados Unidos, Janet Yellen afirmou que uma subida das taxas de juro “pode muito bem tornar-se apropriada relativamente cedo”.

Na última reunião do seu comité de política monetária, realizada em Outubro, os responsáveis da Fed optaram por adiar mais uma vez uma subida das taxas de juro, argumentando que ainda havia espaço para a melhoria das condições no mercado de trabalho e mostrando algumas dúvidas em relação à evolução da conjuntura internacional.

Agora, contudo, começa a ser considerado muito provável que essa subida de taxas aconteça na reunião da Fed agendada para Dezembro. Dando ainda mais força a essa ideia, a presidente da autoridade monetária dos Estados Unidos afirmou no Congresso que se a Fed adiasse essa decisão por muito tempo, “poderia acabar por ver-se forçado a restringir de forma abrupta a sua política” para evitar um sobreaquecimento da economia. Yellen referiu igualmente o risco de se estar a “encorajar um excesso de tomada de riscos que acabaria por colocar em causa a estabilidade financeira”.

Esta expectativa de um regresso às subidas de taxas nos Estados Unidos tem vindo a ter como consequência um aumento dos juros da dívida pública e uma apreciação do dólar. Nos últimos dias, a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos reforçou esta tendência, uma vez que nos mercados se está a adivinhar a aplicação de uma política orçamental mais agressiva, que poderá levar a Fed a ser mais restritiva para evitar riscos de aumento da inflação.

As consequências fazem-se sentir no resto do mundo, sendo por exemplo evidente a subidas dos juros da dívida pública em vários países europeus, incluindo Portugal.

A última vez que a Fed subiu os juros foi em Dezembro de 2015, colocando a principal taxa de referência num intervalo situado entre 0,25% e 0,5%.

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