Emprego no sector público aumentou 1% no terceiro trimestre

Em Setembro havia 655.503 postos de trabalho no Estado, mais 6319 do que no ano passado.

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Evolução do emprego público acima das expectativas do Governo. Nuno Ferreira Santos

O número de trabalhadores do sector público voltou a aumentar no terceiro trimestre do ano, confirmando a tendência iniciada no segundo trimestre do ano passado. No final de Setembro, havia 655.503 postos de trabalho nas administrações públicas (central, local e regional), mais 1% do que no mesmo período de 2015.

O aumento de 6319 trabalhadores coloca o Governo cada vez mais longe da meta que estabeleceu no Orçamento do Estado para 2016 e que previa a redução de 10 mil funcionários até ao final do ano. O ministro das Finanças já tinha dito, no início de Outubro, que há menos saídas por aposentação do que o esperado, admitindo que a meta dificilmente será cumprida. Se a comparação for feita com o final do ano passado, o Goverro até conseguiu reduzir o número de trabalhadores, mas ainda assim, menos do que esperava inicialmente. Entre o último trimestre de 2015 e Setembro de 2016, o emprego teve um recuo de 2849 postos de trabalho, apontando para uma variação negativa de 0,4%. 

Os dados divulgados nesta terça-feira pela Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) revelam que a subida homóloga de 1% ficou a dever-se, sobretudo, ao crescimento do emprego na administração central, “em particular no Ministério da Educação (mais 4 465 trabalhadores para um crescimento de 2,7%)”.

Olhando para a evolução homóloga do emprego público nos últimos anos, verifica-se que entre o primeiro trimestre de 2012 e o segundo trimestre de 2015, o número de trabalhadores esteve sempre a cair. Esta tendência foi interrompida no terceiro trimestre do ano passado, quando o emprego no sector público registou um aumento de 0,3%. Daí em diante,  a taxa de crescimento foi ganhando dimensão, registando agora o maior aumento.

Na comparação com o trimestre anterior, o emprego público recuou 0,6%. Os ministérios da Educação e da Ciência e Ensino Superior foram os que mais contribuíram para esta redução em cadeia (com menos 3243 postos de trabalho no total), “reflectindo a actividade do início do ano lectivo, com o processo de colocação de docentes contratados nos estabelecimentos de educação e ensino básico, secundário e de ensino superior, ainda geralmente incompleto no final do mês de Setembro”, adianta a DGAEP.

Há dois trimestres consecutivos que o número de funcionários está a cair, mas este movimento foi igualmente registado em anos anteriores e está associado ao processo de recrutamento para as escolas de professores e auxiliares contratados.

Os dados divulgados nesta segunda-feira permitem também perceber o impacto que a reversão de 80% da redução remuneratória teve no bolso dos trabalhadores. Em Julho, os funcionários públicos tinham uma remuneração base média de 1440 euros, o que corresponde a mais 35,7 euros do que em Julho do ano passado.

Já o ganho médio mensal (considerando subsídios, suplementos e trabalho extraordinário) é agora de mais 35,4 euros, situando-se em 1656,7 euros.

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