Escolas reforçam serviços de apoio a minorias depois da vitória de Trump

Respostas surgem depois de se multiplicaram os incidentes contra diferentes comunidades nos EUA.

Foto
Vários responsáveis enviaram mensagens às famílias dos alunos depois da eleição de Trump AFP/Mark Makela

Depois de mais de um ano de campanha com discursos xenófobos e racistas, a eleição de Donald Trump está a deixar preocupadas várias escolas. Por isso, várias instituições começaram a reforçar os seus serviços de apoio e aconselhamento para responder aos receios dos alunos, detalha a Education Writers Association.

Na Califórnia, nos dias que antecederam a eleição presidencial dos EUA, alguém escreveu com spray na parede de uma escola com estudantes predominantemente latinos as mensagens: “construam o muro mais alto” e “Trump 2016”.

Aproximadamente um milhão de imigrantes, incluindo estudantes universitários e jovens adultos, agora protegidos pela Deferred Action for Childhood Arrivals (política de imigração aplicada por Barack Obama que estipula que os jovens que entraram nos EUA com menos de 16 anos antes de Junho de 2007 recebem uma autorização para trabalhar no país durante dois anos, facilitando o caminho para a sua legalização) enfrentam a possibilidade de ver a sua autorização temporária retirada.

De acordo com a Education Writers Association, cerca de cinco milhões de crianças nos EUA têm pelo menos um pai a viver ilegalmente no país, o que explica o medo de deportação. Trump vincou que irá avançar imediatamente com a deportação de dois a três milhões de imigrantes.

Depois de serem conhecidos os resultados da eleição, as histórias de crianças e jovens imigrantes que nos últimos dias têm vivido situações de xenofobia multiplicaram-se e estendem-se até ao ensino universitário.

Na Califórnia, há relatos de alunos da comunidade latina que trazem cartas com "avisos de deportação" escritos por alunos brancos que se somam à história de uma escola no Michigan onde os alunos formaram uma "parede humana" contra os alunos latinos.

No Twitter, María Sanchez partilhou uma fotografia do que encontrou quando chegou ao seu quarto na residência da universidade. No chão, uma linha de objectos dividia o espaço, com a mensagem que esta apenas uma “pré-visualização” do que estava para vir, depois da eleição de Trump.

Em vários estados norte-americanos, as escolas têm feito um esforço para reforçar o apoio aos alunos de minorias comunitárias. É o caso do supervisor das escolas públicas de Boston, Tommy Chang, que escreveu uma mensagem às famílias alertando para o desafio que se impõe e apelando à necessidade de um discurso que aborde a resolução de conflitos e diferenças. “Temos de garantir que os nossos estudantes se sentem seguros fornecendo-lhos comunidades seguras e respeitadoras”, nota o supervisor.

Também em Los Angeles, o presidente do conselho de escolas do distrito, Steve Zimmer, sublinhou saber “que poderá haver alguma ansiedade e medo durante a chegada de alunos e funcionários à escola, especialmente aqueles das comunidades mais vulneráveis”. “O distrito está a disponibilizar suporte adicional a quem precise”, acrescenta.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários