Parlamento espanhol aprova sábado novo Governo de Rajoy

Líder do PP apresenta nesta quarta-feira o seu programa para a nova legislatura.

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Rajoy aceitou pela segunda vez a incumbência de formar governo Javier Soriano/AFP

É no sábado, dois dias antes do fim do prazo que obrigaria à convocação de novas eleições, que Mariano Rajoy será eleito para um segundo mandato à frente do Governo espanhol, pondo fim ao mais longo período de impasse político da democracia.

O debate parlamentar de investidura começa na tarde desta quarta-feira, com o líder do Partido Popular a expor o seu programa de governo, terminando quinta-feira à tarde com a primeira votação. Nesta etapa seria precisa uma maioria absoluta de votos, de que Rajoy não dispõe, pelo que será precisa uma segunda votação, já marcada para sábado ao final do dia, em que bastará uma maioria simples para aprovar a sua nomeação. Rajoy, adianta o jornal El País, tomará posse no domingo e nos dias seguintes anunciará os nomes dos novos ministros.

O impasse – que durava desde as legislativas de Dezembro e que não foi quebrado com a repetição da votação, em Junho – foi desbloqueado depois de, no sábado, o comité federal do PSOE ter decidido que se absterá em bloco na segunda votação, contrariando aquela que sempre foi a posição do seu antigo líder, Pedro Sánchez, que acabou por se demitir. Terça-feira, depois de uma nova ronda de audições do rei Felipe VI aos partidos com assento parlamentar, Rajoy aceitou formar governo, uma incumbência que, ao contrário do que aconteceu após as legislativas de Junho, tem agora condições para cumprir.

Segundo o El País, este será o governo com menor apoio no Parlamento da democracia – Rajoy tem garantido o apoio de apenas 170 deputados, os do seu partido e os dos Cidadãos  e da Coligação Canária. Mas, se todos os socialistas se abstiverem, será também o executivo aprovado com menos votos contra desde 1978. 

Entretanto, o Podemos está a organizar uma manifestação para sábado, para marcar a oposição à investidura de Rajoy. No entanto, o partido saído do movimento contestatário à austeridade aplicada pelos conservadores nos últimos anos, conhecido como os Indignados, está dividido quanto à estratégia a seguir no novo quadro político.

Há duas correntes internas actualmente num confronto velado. Por um lado, o líder Pablo Iglesias defende uma intensificação das acções de rua; por outro, os sectores afectos ao número dois, Iñigo Errejón, preferem apostar mais na oposição parlamentar, diz o El País.

Na rua estão já milhares de estudantes e professores em várias cidades espanholas, em protesto contra a reforma educativa que tinha sido posta em marcha pelo Governo de Rajoy na anterior legislatura. 

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